Incompatibilidades obrigam a mudanças na federação

Incompatibilidades obrigam a mudanças na federação

JUDO12.12.202301:44

IPDJ forçou saída de corpos sociais que não deixaram de ser árbitros, dirigentes de clubes ou treinadores. Vagas serão ocupadas até final de janeiro. Assembleia não mudou estatutos como era desejado pela direcção para a entrada das associações de Évora e Guarda

«Não, não existiram quaisquer demissões de membros dos corpos sociais da Federação Portuguesa de Judo na assembleia geral extraordinária. O que aconteceu foi a renúncia dessas pessoas aos respetivos cargos depois do oficio enviado pelo IPDJ após uma participação do presidente da associação de Castelo Branco Abel Louro», fez questão de começar por esclarecer o presidente da FPJ Joaquim Sérgio Pina quando questionado por A BOLA sobre o sucedido na AG de domingo, em Lisboa, que deixou os órgão sociais do organismo bastante reduzidos.

Momento em que a federação viu sair, oficialmente, cinco pessoas: o tesoureiro Manuel Pinto, dois membros da mesa da assembleia geral, Alberto Costa e Telmo Alves, e dois do conselho de arbitragem, incluindo o presidente da mesma, Rogério Ribeiro e Carlos Duarte.

«Após a referida queixa recebemos um despacho do IPDJ em que nos pediam para justificarmos os casos, o que o presidente da AG Carlos Andrade fez. Na sequência dessa resposta, veio o tal despacho, que ilibou os membros da direção Vanda Pêgo — entretanto já havia pedido suspensão e saído de todos os cargos — e Raúl Valente. Os restantes seis, deveu-se por estarem incompatíveis para os cargos que ocupavam já que exerciam, ao mesmo tempo, funções de treinadores, árbitros ou dirigentes em clubes. Mas no que se refere a Sandra Godinho, da direção, quando chegou o despacho já renunciara ao cargo por motivos pessoais», vai contando Sérgio Pina, eleito em abril para presidir à federação após a destituição de Jorge Fernandes, de quem era um dos vice-presidentes.

«Nestas condições, todos entenderam que não queriam ser destituídos, não tinham o desejo de passar por isso, e pediram antecipadamente renuncia ao cargo. Por esse motivo nem compareceram na assembleia», continua a explica. «E agora o presidente da mesa da AG irá, por cooptação, completar esses lugares em aberto. Assumimos um compromisso com o IPDJ de o concluir até final de janeiro. Mas também há a dizer que na mesa da assembleia geral, os dois suplentes que existiam, por não quererem deixar de ser treinador e dirigente, também pediram dispensa de assumirem as funções. Mas, entretanto, já temos uma nova vice-presidente para a mesa da assembleia, Mariline Costa», revela ainda. 

«E, claro está, o tal oficio acaba, mais uma vez, com a ameaça perca da utilidade pública desportiva», mas está combinado que tudo esteja preenchido até meados de janeiro. Só espero que agora não exista mais ninguém sem condições para poder estar nos corpos sociais», desabafa. 

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E acha que é difícil para uma federação que não seja uma modalidade muito atrativa para outras ambições pessoais, constituir uma direção e órgãos sociais em que não haja alguém ligado a qualquer atividade? «Nestas condições vai ser. Não há massa humana para conseguir pessoas ligadas à modalidade e que não sejam treinadores, árbitros ou funções no ativo num clube ou qualquer coisa desse género. Aqui aproveitava e perguntava se não acontece o mesmo em outras  federações. Não sei…?»

Guarda e Évora não entram

A assembleia ficou ainda marcada pela não entrada das associações da Guarda e Évora para a federação, que era uma proposta da direção. Ficou surpreso pela aprovação da alteração dos estatutos ter sido reprovada para entrada dessas associações? «Se quer que lhe diga, surpreso, surpreso, não. Relativamente às suas aprovações ela foi aceite [23 a favor, 16 contra, 6 abstenções]. Agora, para as aprovar é preciso maioria simples, mas para a mudança dos estatutos, para que pudessem entrar, tem de ser 75% dos votos validamente expressos. E dado ao quórum existente era um número alto. Foi só por três votos [31 a favor, 13 contra, 1 abstenção] que a maioria qualificada não aconteceu», concluiu.