Taça de Portugal: preparem-se para uma  tarde longa de futebol
Raphinha, Wendel, Luiz Phellype e Paulinho celebram a Taça de 2018/2019 (Foto André Alves)

Taça de Portugal: preparem-se para uma tarde longa de futebol

NACIONAL25.05.202400:52

Finais entre Sporting e FC Porto tiveram sempre prolongamento e/ou penalties; três troféus discutidos na finalíssima;Leões em vantagem no confronto direto

Sporting e FC Porto discutem amanhã, no mítico Estádio Nacional, no vale do Jamor, quem será o vencedor da 84.ª edição da Taça de Portugal, com os dragões a quererem alcançar o tri, depois de em 2021/2022 terem batido o SC Braga e na época passada o Tondela.

Esta será a sexta vez em que verde e brancos e azuis e brancos se encontram na decisão da prova rainha, com a vantagem para os leões, que venceram em três ocasiões, contra duas dos dragões. Mas, sobretudo, olhando para o histórico, quem se deslocar ao Estádio Nacional ou assistir ao encontro numa plataforma televisiva pode esperar uma tarde longa de futebol, pois as finais entre estes dois oponentes tiveram sempre direito a prolongamento ou a penáltis para se encontrar um vencedor – e por três vezes, quando este modelo ainda adotado, tiveram de ir a uma finalíssima para se atestar quem ficava com o troféu.

E mesmo aí, por uma ocasião, em 1993/94, só no prolongamento se encontrou o vencedor, no caso o FC Porto de Bobby Robson, que consubstanciou a vitória em golos de Rui Jorge (35’) e Aloísio (91’), de grande penalidade, após uma defesa de Emílio Peixe quando a bola se preparava para entrar. O primeiro encontro, no reencontro do treinador Bobby Robson com o Sporting, do qual tinha sido despedido por alturas do Natal, ficou empatado a zero.

Uma história com 'Manel'

A primeira edição da Taça de Portugal remonta a 1938/1939, sucedendo, em termos oficiais, ao Campeonato de Portugal, mas o primeiro clássico entre portistas e lisboetas apenas sucedeu quase 40 anos depois, em 1977/78. E logo aí houve direito a finalíssima. No primeiro encontro, empate a uma bola, com os golos a serem apontados para o FC Porto pelo malogrado bibota Fernando Gomes (48’), com o brasileiro Paulo Menezes a empatar logo a seguir (49’). Na finalíssima entrou em ação Manuel Fernandes, o popular Manel de Sarilhos, que vive situação de saúde complicada e a quem os leões dedicaram, também, o campeonato. Vítor Gomes (55’) foi o primeiro a marcar e o mítico nove (62’) quase que carimbou o passaporte para o triunfo. O também já desaparecido Seninho, na altura uma das grandes figuras portistas, ainda reduziu (80’), mas já não foi a tempo de evitar a derrota.

O histórico das finais da Taça de Portugal entre leões e dragões

Dobradinha falhada
Após ter conquistado o Campeonato Nacional, o Sporting vai em busca da sétima dobradinha do seu historial. E a primeira vez que tentou a sexta encontrou, precisamente, o FC Porto na final da Taça, em 1999/2000 e falhou o objetivo, que só alcançaria em 2002, após vencer o Leixões. Mas reportando-nos a essa temporada, após quebrar um jejum de dezoito anos sem qualquer Liga, no Jamor encontrou o FC Porto de Fernando Santos com Mário Jardel como principal figura. E foi o brasileiro a abrir o ativo, logo aos quatro minutos. Já na segunda parte (58’), Pedro Barbosa deixou tudo empatado, com a igualdade a subsistir no prolongamento. Na finalíssima, a história foi diferente, com Clayton (47’) e Deco (74’), a resolverem o encontro.

A partida seguinte entre estes adversários no Jamor foi em 2007/2008 e teve direito a um herói improvável, pois quem resolveu tudo no prolongamento foi Rodrigo Tiuí (111’ e 117’), com um dos golos a aparecer de pontapé de bicicleta.

Mais um improvável

A última vez que dragões e leões marcaram jogo para o Jamor foi em 2018/2019, já com Sérgio Conceição no banco azul e branco. Durante os 90 minutos, igualdade, com golos de Tiquinho (41’) para os azuis e brancos e de Danilo Pereira, na própria baliza (45’). No prolongamento, Bas Dost (101’) deu vantagem à equipa então comandada por Marcel Keizer e Felipe, na compensação da prorrogação (120+1’), levou o jogo para as grandes penalidades. Nesse capítulo Bas Dost e Pepe acertaram na barra, Renan defendeu um castigo máximo de Fernando Andrade e surgiu, uma vez mais, um herói improvável para os leões: Luiz Phellype, que deixou pouco lastro em Alvalade, converteu a sua grande penalidade e levou os leões ao seu 17.º troféu; o FC Porto vai amanhã em busca do 20.º.