Sporting, Mundial 2026 e futuro: Cristiano Ronaldo abre o livro

INTERNACIONAL04.02.202518:32

Capitão da Seleção Nacional concedeu uma entrevista em Espanha

Cristiano Ronaldo abriu o livro sobre a sua carreira. Um dos temas que esteve em cima da mesa foi a chegada aos mil golos.

«As pessoas estão passadas com os mil golos. Estou a fazer muitos golos e não estão a valorizá-los. Apenas dizem ‘faltam 85...’. Não gosto disso. As coisas têm de acontecer de forma natural. Se fazes 920 ou 930 golos... sou o melhor da história a marcar golos. Se chegar aos mil, muito bem. Não sei se vou chegar. Viver o momento é mais bonito que pensar a longo prazo. Dás mais valor às competições», apontou, em entrevista a Edu Aguirre no canal televisivo La Sexta.

O Mundial 2026, que será disputado nos Estados Unidos, Canadá e México, pode ser a última grande prova disputada por Cristiano Ronaldo com a camisola da Seleção. 

«Falta um ano e meio para o Mundial, há tanta coisa antes.... Tudo indica, gostava, mas não estou obcecado com isso. Chegas a um momento que por muito bem ou mal que o faças, as pessoas vão falar e inventar coisas», atirou. 

CR7 recordou a saída do Real Madrid, em 2018, para rumar à Juventus

Ronaldo representou a Juventus entre 2018 e 2021

«Queria uma etapa diferente, a minha passagem por lá estava encerrada. Queria uma motivação diferente. Não me desgastou, foi algo que disse ao presidente e ele aceitou. Não podia voltar com a palavra atrás com a Juventus. Gosto do Florentino [Pérez], é uma pessoa séria, tratou-me bem e ganhámos muitas coisas juntos», apontou. 

O internacional português lembrou quando teve a possibilidade de rumar ao... Barcelona.  

«Estava no Sporting e podia ter ido para o Barcelona. Queriam contratar-me. Não aconteceu, porque queriam contratar-me e levar-me no ano seguinte. Chegou o Manchester United e levou-me no momento. Na minha opinião, o Real Madrid é o melhor clube do mundo», afirmou. 

Cristiano Ronaldo ficou surpreendido por Vinícius Júnior não ter conquistado a Bola de Ouro. 

Festa de Vinícius Júnior (IMAGO)

«Deveria ter ganho. Mas não me surpreendeu, porque não há credibilidade. Ganhou a UEFA Champions League, fez a diferença. Fiquei dececionado, porque o Vinícius merecia. Eu senti o mesmo, ficas impotente, mas depois entendi... e quando entendes as coisas não vais à luta por algo que não podes ganhar», referiu.  

O internacional português falou sobre outro jogador do Real Madrid, no caso Jude Bellingham

Jude Bellingham foi o melhor jogador do campeonato 23/24 para o Sindicato dos Jogadores de Espanha

«Tem um longo caminho a percorrer, faz-me lembrar o Zidane. Zidane era brilhante, bonito. O Bellingham tem 21 anos, tem todo o futuro pela frente, o rapaz vai ser uma estrela», disse. 

Para Ancelotti, apenas elogios: «Gosto muito do Carlo. É uma pessoa espetacular, um senhor do futebol, ganhámos muita coisa juntos. A pressão do Real Madrid é assim e está habituado, quando não ganhas num clube dessa dimensão. Em 90 por cento das vezes ajuda ter sido jogador. Alguém que não tenha estado num balneário, num relvado... é muito difícil. Os melhores de sempre, dos 50, 48, foram jogadores.» 

À beira de fazer 40 anos, o avançado do Al Nassr continua a dedicar-se ao máximo: «Ainda acordo com vontade de treinar e jogar. Talvez um pouco menos que antes, mas é a minha paixão, gosto de fazer o que faço. Custa-me, mas vou. Não vou ao ginásio todos os dias com vontade, mas há um compromisso e vou.» 

Acerca do futuro, Ronaldo parece ter uma certeza: «Não quero ser treinador. Quero fazer coisas que não domino e quero aprender. Não acho que a minha personalidade se adapte bem a ser treinador. Dono de um clube? Faz mais sentido. Isso não descarto. Se for um bom negócio, não descarto.» 

Além dos seus jogos, o atacante admite que vê futebol, por vezes o ‘seu’ Sporting

«O futebol é a minha paixão. Não todos os dias, mas vejo o Sporting, o Manchester United, o Real Madrid... O meu filho Mateo gosta muito do Mbappé», atirou. 

CR7 assumiu que está a preparar o futuro: «Estou a preparar-me. Estou a preparar o futuro com empresas, coisas que me possam motivar, que possa ajudar a sociedade, os jovens. Falo com o Pepe, que deixou o futebol há pouco tempo e diz-me que está melhor que nunca. Uma das coisas que podem deixar-te tranquilo é prolongar ao máximo que possas a tua carreira e que, ao abandonar, digas: ‘É que não dava mais’. E estás orgulhoso contigo. Se deixar o futebol com 42 anos, é muita idade, é o normal... é um presente. Dedico-me demasiado a isto e às vezes vivo pouco. Custa-me cada vez mais, estava na Seleção e era o aniversário da minha filha Alana.»