Pedro Caixinha: «José Mourinho foi fundamental para nos abrir a mente»
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Pedro Caixinha: «José Mourinho foi fundamental para nos abrir a mente»

INTERNACIONAL13.03.202422:00

Treinador do Bragantino falou da afluência de treinadores portugueses no futebol brasileiro e da relação que tem com vários técnicos lusos

Pedro Caixinha concedeu, esta quarta-feira, uma extensa entrevista ao Globo Esporte, onde abordou diversos temas.

Questionado sobre a, cada vez mais frequente, chegada de treinadores portugueses ao futebol brasileiro, o técnico do Bragantino fez a sua análise desse movimento: «Portugal, além de treinadores, tem jogadores bem variados e grandes campeonatos. Isso não começou com o Mourinho, sendo ele o primeiro expoente máximo».

Pedro Caixinha continuou o raciocínio e mencionou aquele que, para ele, foi quem deu o pontapé de saída para a chegada de treinadores portugueses ao Brasil: «Não começou com o Abel [Ferreira] e o [Jorge] Jesus. Começou com o professor Carlos Queiroz e o professor Jesualdo Ferreira, através de levar o conhecimento da universidade para o campo de jogo».

«O futebol evolui todos anos, como todas as áreas da vida. Juntando os casos de sucesso do Mourinho, numa escala global, os casos de sucesso do Jesus e do Abel no Brasil, obviamente, podem abrir portas a pessoas como eu e muitas outras que depois vieram. Depois, o meter a mão na massa e os resultados fazem ou não a diferença em termos de continuidade», acrescentou Caixinha.

Continuando no tema os treinadores portugueses, o técnico do Bragantino revelou o tipo de relação que tem com cada treinador luso que já passou pelo Brasil: «Com o Abel [Ferreira], tive um conhecimento de circunstâncias. Somos adversários, mas quando o Palmeiras esteve em dois Mundiais de Clubes, num um deles foi derrotado por uma equipa mexicana e, noutro, esteve em vias de jogar contra uma equipe mexicana. Perguntem ao Abel quem lhe deu os relatórios dessas equipas [Pedro Caixinha já treinou no México]».

«Só conheci o Abel [Ferreira], pessoalmente, aqui [Brasil]. Com o Luís Castro, eu tinha uma relação mais próxima, apesar de não estar com ele há muitos e muitos anos. O Ivo [Vieira] eu conhecia porque foi meu colega. O António Oliveira eu não conhecia. O Armando Evangelista eu não conhecia, mas mantive muito esse contato e essa relação. O Pepa eu não conhecia. Eu saí há 16 anos de Portugal e não tive oportunidade de ter tanto contato com eles», explicou Pedro Caixinha.

No que diz respeito a treinadores portugueses, é inevitável a referência não ser José Mourinho. Pedro Caixinha também explicou a relação que tem com o antigo técnico da Roma: «A última vez que trocámos alguma mensagem foi quando jogámos em casa contra o Flamengo. É uma pessoa que nos deu muito. Há dois tipos de treinadores no futebol: aqueles que foram jogadores e aqueles que vêm por uma via académica, como foi o caso do Mourinho e o meu. Isso também abre portas».

«Essa relação surgiu com ele por um treinador de quem fui auxiliar por muito tempo, o José Peseiro. Eles foram colegas de faculdade. O que ficou ali, através deles, foi o conhecimento e ficou essa relação de proximidade com uma pessoa que eu admiro muito. Foi uma pessoa fundamental para nos fazer abrir [a mente] e ver as coisas de uma maneira diferente e, indiscutivelmente, com tudo aquilo que conquistou e tem para conquistar», concluiu o treinador do Bragantino.