A decisão de rumar a Nápoles está longe de ser a aposta que David Neres certamente esperava quando trocou o Benfica pelo emblema do sul de Itália no verão: na derrota de anteontem frente à Lazio (0-1), em casa, para o campeonato, o extremo brasileiro de 27 anos voltou a ser suplente utilizado (entrou aos 74'), imagem que tem sido recorrente na primeira metade da presente temporada. Desde que ingressou no futebol europeu, em 2016, do São Paulo para o Ajax, nunca o internacional canarinho teve uma média de utilização tão baixa quanto aquela que apresenta sob as ordens de Antonio Conte: até agora contabiliza 27,4 minutos por jogo, praticamente metade do tempo de utilização que teve na época passada no Benfica sob o comando de Roger Schmidt (52,34). Neres fui utilizado em 15 partidas, 13 no campeonato e duas na Taça da Itália, e titular apenas uma vez na Serie A, na receção ao Lecce (1-0), a 26 de outubro. As outras vezes que jogou de início foi para a Taça de Itália, prova da qual o Nápoles foi recentemente eliminado pelos laziale. Começou bem, mas... O início de David Neres no Nápoles foi promissor. Sempre como suplente utilizado, fez assistências nos primeiros três jogos (Bolonha, Parma e Cagliari), mas a forte concorrência de Matteo Politano e Kvaratskhelia nunca lhe permitiu conquistar um lugar no onze. Ainda assim marcou o seu primeiro golo em setembro, na goleada em casa por 5-0 diante do Palermo. Mais tarde, a 4 de outubro, faturou pela segunda vez, no Diego Armando Maradona, no triunfo por 3-1 frente ao Como, o que valeu elogios do treinador. «Neres está a reencontrar-se depois de algumas épocas difíceis», afirmou Antonio Conte. Mas chegados a dezembro está longe de ser um bom início de estreia em Itália de um jogador que sentiu que teria menos possibillidades de jogar no Benfica por causa da renovação de contrato de Ángel Di María, tendo então mostrado vontade num negócio entre os dois clubes, o qual ficou concluído a 21 de agosto, por €28 milhões e mais €2 milhões de variáveis.