ENTREVISTA A BOLA Martim Mayer: «A presidência de Rui Costa não é para o Benfica»

FUTEBOL12.06.202512:30

Assume que o atual presidente foi um ídolo; mas critica poucas conquistas

— Como é que analisa Rui Costa como presidente do Benfica?

— O Benfica tem de ganhar. Pragmaticamente, há que dizer que não é uma boa presidência, não é uma boa direção e não atingiu os seus objetivos.

— Rui Costa é o único culpado para isso não ter acontecido?

— O presidente é o responsável por conseguir trazer para o clube um conjunto de situações que são absolutamente críticas. Precisa de uma equipa coesa com uma só agenda, que toda a Direção trabalhe em prol de um objetivo comum e no concretizar de uma estratégia e de um caminho com o qual todos estão de acordo. Depois cada um na sua área sabe o que é que tem de fazer. Uma das coisas que os benfiquistas sentem é que não há essa coesão, não há essa equipa a trabalhar em conjunto e isso é uma responsabilidade do presidente. É necessário olhar para algumas questões de fundo que aconteceram também durante estes anos de Rui Costa, enquanto presidente, e que mais uma vez têm a ver com a essência do Benfica. O Benfica é um clube da nação benfiquista. É um clube do povo e tem de ter isso todos os dias presente. Ele tem bastante responsabilidade no estado do clube, neste momento, não ser o melhor. Não quero o poder. Quero o Benfica. Não quero uma proposta de curto prazo. Quero um projeto de médio prazo. Não quero trazer sound bites ou trazer um mediatismo que se esfumaça dois ou três dias depois. Quero competência, identidade e quero trazer cá para fora o resultado de um clube que tem mais de 100 anos e que tem tudo para ser muito melhor. Ganhar é uma consequência. Veja, a presidência do meu avô foi muito vitoriosa. Foi há 60 anos, mas há muitos valores que continuam atuais. Temos uma quantidade de ídolos e de grandes ex-jogadores e figuras que deveria andar pelo País, andar pelas Casas do Benfica no estrangeiro, por sinal, 100 ainda estão fechadas, pós-Covid, precisamos de comunicar com a nação benfiquista e puxar pelo benfiquismo. Quando as pessoas veem isso, galvanizam-se e sentem-se mais do Benfica. Precisamos trazer de volta esse sentimento de pertença. Nesse momento, o peso do presidente do Benfica junto de todas as entidades passa a ser diferente.

— Rui Costa deu-lhe mais alegrias quando era jogador?

— Muito mais alegrias. Tenho-o no meu 11 favorito. Foi um jogador que representou muito bem a identidade que o jogador do Benfica deve ter, por razões várias, assim como muitos outros. Foi um ídolo que tive, é um ídolo que tenho enquanto jogador do passado do Benfica. Comparando isso com os 15 por cento de troféus arrecadados enquanto presidente, face às provas que o Benfica jogou, não se pode dizer outra coisa a não ser que isso não é para o Benfica. Isso tem que mudar.

— Se pudesse aconselhar esse seu ídolo enquanto jogador, ao dia de hoje, aconselhava-o a não ser candidato às eleições ou a ir à luta?

— Essa é uma decisão muito pessoal e não me gostava de pronunciar sobre isso. Estou focado na minha proposta, no que queremos trazer de diferente e de mudança.

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