João Félix: Benfica vai jogar dois trunfos

João Félix, atacante internacional português de 25 anos, jogador formado no Benfica e um dos preferidos dos adeptos, adoçou os sonhos dos benfiquistas depois do funeral de Diogo Jota, este sábado, mas o regresso à Luz está, ainda, a anos-luz de ser uma realidade.

«Sendo Bruno Lage o treinador, que conheço e foi importante para a minha carreira, ganha pontos na minha decisão e vejo com bons olhos voltar ao Benfica. E é, se calhar, para onde estou mais inclinado. Sinto que preciso de estar em casa e daí o Benfica ser uma das ideias que tenho na cabeça. O Benfica é a minha casa. Um dia hei-de voltar. Não sei se é agora ou daqui a alguns anos. Se for agora fico contente. Toda a gente sabe que o Benfica é o clube do meu coração. Tenho algumas ideias na minha cabeça, ficar em Inglaterra ou voltar ao Benfica», explicou, em declarações à CMTV, no Porto.

De acordo com informações a que A BOLA teve acesso, Bruno Lage, treinador do Benfica, e jogador estão, de facto, em sintonia e o técnico terá conseguido convencer João Félix a jogar na Luz. É, na realidade, o argumento mais forte dos encarnados num processo que está no início e não se prevê fácil.

As fórmulas parecem as mesmas de sempre e as dificuldades também: transferência cara, salários ainda mais altos, compra de parte dos direitos ou empréstimo. Mas há que contar, na equação, com dois pontos muito importantes.

Em primeiro lugar, a possibilidade de o Benfica beneficiar uma vez mais do Programa Regressar, como aconteceu em relação a Ángel Di María e Otamendi, que se traduz num benefício fiscal reservado a emigrantes que pretendem voltar a Portugal e que alivia o fardo salarial.

Em segundo lugar, Jorge Mendes. O agente de João Félix, parceiro do Benfica em processos importantes, terá de fazer parte do plano, pois é um desbloqueador. A negociação com o Chelsea não será fácil, dado que os ingleses pagaram mais de €50 milhões por João Félix há menos de um ano e ainda pouco capitalizaram. Foi emprestado ao Milan de Sérgio Conceição e entretanto devolvido.

O Chelsea quer, pois, dinheiro e o Benfica, nesse capítulo, pode arriscar, entrando num espaço nunca antes visto, o da casa dos €30 milhões, mas o salário será sempre o problema maior. Comprar o passe significaria fazer all in, arriscar tudo, e esperar depois que o sucesso desportivo acompanhe, de maneira a poder fazer uma venda rápida e compensatória, para a Europa ou para a Arábia Saudita.

A fórmula mais conservadora, empréstimo com opção de compra, que tem servido de referência, parece difícil de executar, face às exigências do Chelsea. Lage já fez a sua parte, convencendo o jogador, mas só a vontade não chega, pelo que Rui Costa tem agora a palavra.