João Alves: «O Benfica venceu com justiça mas não pode abanar tanto»

João Alves: «O Benfica venceu com justiça mas não pode abanar tanto»

NACIONAL17.09.202317:55

Treinador e antiga glória dos encarnados analisa para A BOLA a vitória sofrida em Vizela

Leia em baixo o olhar especializado de João Alves.

Benfica fez uma bela primeira parte, parece-me que talvez tenha exagerado um pouco no jogo interior

«A equipa do Benfica fez uma bela primeira parte, parece-me que talvez tenha exagerado um pouco no jogo interior, com João Mário a procurar em demasia as costas dos avançados. Não há ninguém ali naquele flanco com o pé esquerdo e isso faz com que a equipa, especialmente por ali, pise em demasia as zonas interiores, é um defeito que para mim a equipa continua a ter. O Vizela, num 4x5x1, com os dois alas a fecharem as faixas laterais aos jogadores do Benfica. Mas o Benfica teve muita bola na primeira parte, fez um belo jogo e poderia tê-lo resolvido nesses primeiros 45 minutos. O Vizela não teve nada a ver com outros de outros campeonatos, nesta fase deixou muito a desejar. Merece destaque Musa, que parecia que só marcava quando entrava nos jogos desde o banco, mas em Vizela foi titular e marcou, o que é um sinal muito importante para o jogador e para o Benfica. Também a classe de Di María fez a diferença e o golo que marcou, ainda na primeira parte, acabou por revelar-se decisivo. Já sobre Trubin, ele quase não tocou na bola, a análise à sua capacidade terá de ficar para outros jogos.»

Samu recuou e o Benfica perdeu o controlo do jogo, começaram os problemas

«O Benfica poderia ter resolvido o jogo e aos 62’ o Musa falhou, porque o guarda-redes do Vizela, Buntic, na minha opinião o melhor jogador em campo, fez mais uma bela defesa. Buntic manteve o jogo vivo até final com boas defesas. E depois as alterações: Diogo Nascimento entrou para o centro e Samu, que é excelente jogador, recuou e começou a pegar mais no jogo; a partir dessa altura parece-me que o Benfica perdeu o controlo do jogo e começaram os problemas. Faltou, nessa altura, controlar com bola, porque uma equipa como a do Benfica pode abanar mas não pode abanar tanto, porque o jogo esteve sempre aberto até ao final.»

«O Benfica ganhou com justiça, mas notou-se que as pernas pesaram um pouco a partir do meio da segunda parte, se calhar pela paragem para as seleções, e a equipa baixou muito o ritmo. O Vizela podia ter conseguido outro resultado, mas o Benfica também poderia ter voltado a marcar, por exemplo por Rafa, perto do final, com nova boa defesa, lá está, de Buntic. Rafa continua a ser o jogador mais perigoso do Benfica. Ele e Di María, cuja classe faz realmente a diferença nesta equipa e neste campeonato. Mas a verdade do jogo é que o Benfica sofreu até ao final e não precisava, meteu-se a jeito. Foi, porém, uma vitória justa e muito importante. O Benfica continua na perseguição aos líderes do campeonato.»