O SC Braga caiu de forma clara na capital romana, mas, com sete pontos em seis jogos, mantém aberto o caminho para chegar aos oitavos de final da Liga Europa através dos play-offs
O SC Braga foi a Roma e não viu a baliza de Svilar: nem um remate enquadrado. E deixou, por diversas vezes, que a baliza de Matheus Magalhães estivesse em perigo real. Sofreu três golos, poderia ter sofrido mais um ou dois, saindo da capital italiana sem marcar, sem pontos e sem quase nada que pudesse ser aproveitado para o futuro. A não ser, claro, o caminho para os play-offs que continua em aberto.
O primeiro tempo foi um massacre da Roma. Ou, se preferirmos, um mini-massacre. Bastava olharmos, por exemplo, para as estatísticas: 10 remates contra apenas um. E os enquadrados dão ainda ideia mais evidente: seis da Roma, zero do SC Braga. A bola, porém, era mais dos portugueses, embora não de forma avassaladora: 52 por cento contra 48. De forma simplista era assim: bola para os bracarenses, oportunidades para os romanos. Que atacavam a baliza de Matheus sempre com muito perigo, enquanto o nosso bem conhecido Mile Svilar passou meio tempo em que bem poderia ter usado gorro, luvas mais grossas e collants para não congelar.
O SC Braga teve apenas dez minutos de alguma preponderância, mas o primeiro golo da Roma apareceu logo de seguida, com longo lançamento de Ndicka a apanhar o veloz Zalewski na esquerda, João Ferreira e Paulo Oliveira em contra-pé, bola cedida a Pellegrini e este a rematar colocadíssimo junto ao poste esquerdo. O golo do capitão catapultou os giallorossi para meia hora de excelência, a maior parte das vezes aproveitando os espaços abertos no meio-campo e na defesa dos guerreiros do Minho.
Tempo, então, para emergir a figura de Matheus Magalhães. O guarda-redes bracarense evitou, por duas ou três vezes, sendo simpáticos, o segundo do italianos. Que foi sendo adiado pela bela exibição do luso-brasileiro e também pela fraca eficácia dos homens da capital italiana no momento de rematar à baliza.
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Porém, se falharam no pós-golo de Pellegrini, não falharam no pós-intervalo. Claudio Ranieri trocou Dybala por Dovbyk e Carlos Carvalhal fez o mesmo com Robson Bambu e Adrián Marin. Ainda não se tinha percebido muito bem o que as duas substituições traziam ao jogo, quando o possante Koné venceu a pressão do meio-campo adversário (Moutinho demasiado passivo no lance), rasgou linhas com um passe para a direita, onde apareceu Saud a marcar, calmamente, o segundo dos romanos.
Era preciso que o SC Braga fizesse algo mais, sobretudo para andar perto da baliza de Svilar e estava tudo nas mãos de Carlos Carvalhal. Que dez minutos depois respondeu de forma arriscada: João Moutinho por Zalazar e Ricardo Horta por André Horta. A ideia era mais ou menos óbvia: refrescar a equipa, retirando os dois mais experientes da equipa (e em Roma um degrau abaixo do que costumam render). Era a tentativa de andar mais perto de Svilar e de, no mínimo, reduzir a desvantagem. E até pareceu, momentaneamente que fosse, que o SC Braga melhorara.
Médio salientou que a equipa pretendia lutar pelos três pontos, mas os momentos em que sofreu os golos complicaram a estratégia; também revelou aquilo que Carlos Carvalhal lhe pediu ao entrar em campo
Acabaria mesmo por ser momentâneo, pois depressa a Roma voltou a ser mais forte e a criar perigo junto de Matheus. Que voltava a estar em destaque com duas intervenções muito boas. Porém, borrou a pintura pouco depois, quando saiu da área e, sobre o lado esquerdo, evitou com o braço que a bola fosse lançada para a baliza deserta: cartão vermelho direto, claro, SC Braga com menos um e ainda com mais de 20 minutos para jogar.
Terminaria aí a emoção em torno do resultado ou, mesmo com 10 e a perder por dois, conseguiria o SC Braga reequilibrar o jogo? Ranieri decidiu, então, fazer três trocas para refrescar. Fruto delas, os guerreiros conseguiram, por fim, tomar conta do jogo e criar algum perigo junto de Svilar.
Fogo-fátuo, porém. Nem remates perigosos, muito menos golos. Aliás, um golo. Mas, de novo, para a Roma. O SC Braga caía de forma clara na capital romana, mas, com sete pontos em seis jogos, mantinha aberto o caminho para chegar aos oitavos de final da Liga Europa, através dos play-offs.