Helena Pires, CEO da Liga: «Fazemos milagres com o que temos»

Número 2 da Liga faz um balanço da primeira volta; destaca maiores assistências nos estádios, mais tempo útil de jogo, mais golos, e o bom desempenho das equipas portuguesas na Liga dos Campeões; garante que o futebol «nunca foi tão atrativo para os adeptos»

A sede da Liga Portugal, no Porto, acolheu, esta sexta-feira, o Media Partners Day, no auditório João Aranha, que contou com uma apresentação de Helena Pires, CEO do organismo, sobre dados que marcaram a primeira volta, tanto da Liga como da Liga 2.

Os número divulgados pela Liga dão conta de um aumento substancial nas assistências nos jogos dos dois principais escalões de futebol profissional, sendo que foi ultrapassada a marca dos 2 milhões de adeptos nas bancadas na primeira volta, com uma taxa de ocupação de 43,4 %, um valor recorde «desde que há registo.»

De resto, foi destacado o facto de que apenas os escoceses vão mais aos estádios do que os portugueses (em termos proporcionais da população).

O aumento do tempo útil de jogo, um dos temas mais discutidos no que concerne ao futebol em Portugal, também foi abordado durante a apresentação. De acordo com os dados recolhidos, o valor aumentou ligeiramente esta época, de 54,89% para 55,10%.

Também o maior número de golos marcados na Liga foi destacado. Helena Pires realçou que a média de golos por jogo em Portugal (2,92) é superior à verificada em campeonatos como a La Liga, Serie A ou Ligue 1.

No que diz respeito à prestação das equipa nacionais em provas da UEFA, Helena Pires destaca o bom desempenho dos emblemas lusos na Liga dos Campeões, vincando que a distribuição igualitária de pontos para o ranking pelas três competições europeias (Liga dos Campeões, Liga Europa e Liga Conferência) «prejudica fortemente o futebol português». «Fazemos milagres com o que temos», sublinha.

A CEO da Liga dá o exemplo da Eredivisie, campeonato dos Países Baixos, que ultrapassou Portugal no ranking da UEFA: os clubes neerlandeses têm um aproveitamento muito inferior aos portugueses na prova milionária (31% contra 73%).

Questionada sobre os recentes incidentes no Famalicão-Sporting, Helena Pires garante que não existe um problema no que toca à segurança nos estádios: «Tivemos um episódio que ninguém gostou de assistir. Acho que os nosso estádios são seguros. Conseguimos pela primeira vez ter zonas do estádio onde existe uma sã convivência entre os adeptos. É isso que temos de continuar a trabalhar, que as pessoas e as famílias se sintam seguras nos estádios. Neste momento, atrevo-me a dizer que não sofremos um problema de insegurança nos estádios.»

Helena Pires abordou ainda a questão financeira, dizendo que a Liga Portugal está «mais valorizada do que nunca»: «Em termos financeiros, temos oito épocas consecutivas com resultados positivos.»

Foi também revelado que está projetado o maior orçamento de sempre da Liga e está prevista uma distribuição às Sociedades Desportivas nunca antes vista: mais de 9,2 milhões de euros em 2023/24. 

Segundo dados oficiais, na temporada passada, o Futebol Profissional contribuiu com mais de 228 milhões de euros em impostos, cerca de 667 milhões de euros para o PIB, e em mais de 3504 postos de trabalho. «Temos um impacto económico maior do que nunca, mas continuamos a ter custos de contexto que nos preocupam», frisou, lembrando o objetivo de reduzir o IVA no futebol.

Depois da apresentação na sede da Liga, houve tempo para uma visita ao local onde decorrem as obras da nova Arena Liga, que será localizada na zona de Ramalde, no Porto. Vasco Pinho, diretor-executivo da Liga Portugal, assegura que a «nova casa do futebol profissional» estará pronta «ainda este ano.»