Na Luz, a alma sportinguista ganhou forma logo ao minuto 4, com o golo e Francisco Trincão, servido na perfeição por Gyokeres (IMAGO)

Há jogadores do Sporting no limite físico

Na Luz, o apelo ao sofrimento foi evidente, como visível foi que a equipa está no extremo da condição física. Dados de GPS no vermelho e unidade de performance empenhada em ajudar treinador. Gyokeres, Trincão e Quenda são dos mais desgastados

Muito se tem falado da quebra de rendimento da equipa do Sporting nas segundas partes, como foi visível, por exemplo, no dérbi de sábado, no Estádio da Luz, 1-1 com o Benfica e que adiou a decisão do título para a última jornada. Uma das explicações para tal passa pelo facto de muitas das principais figuras da equipa estarem no limite da condição física, falamos de jogadores como Gyokeres, Trincão, Quenda… o que está a obrigar a um trabalho minucioso por parte da unidade de performance em conjunto com a equipa técnica. Mas se na questão física o leão está no limite, do fundo da alma vem também a força para o sprint final, como se viu no 2-1 com o Gil Vicente carimbado por Eduardo Quaresma aos 90+3’!

Os dados de GPS recolhidos pela unidade de performance do Sporting revelam que muitos jogadores estão na linha vermelha. A isso não é alheio o facto de irmos para a jornada 34, última e decisiva na luta com o Benfica pelo título nacional — leões a receberem o Vitória de Guimarães e águias a visitarem o terreno do SC Braga —, mas também a conta a pagar numa temporada com muitas lesões — em fevereiro chegaram a estar dez no departamento médico e com os médios todos encostados —, que quebrou o ritmo de quem parou (Pedro Gonçalves e Morita, por exemplo, ainda procuram readquiri-lo) e sobrecarregou quem não pôde descansar.

Observando o quadro de utilização dos principais jogadores dos verdes e brancos, os dois mais sobrecarregados são Francisco Trincão (4474 minutos em 52 jogos) e Viktor Gyokeres (4040 em 50 jogos). E são precisamente estes dos que mais fadiga apresentam, o português porque não parou a época toda, o sueco porque está sempre no máximo e passou por problema físico que o limitou já nesta segunda fase da temporada.

Outro leão no limite é o capitão Morten Hjulmand, que por castigo não joga com o Vitória de Guimarães e que tem conseguido ludibriar o cansaço muito graças ao trabalho da unidade de performance. E outro dos leões mais sobrecarregados é Geovany Quenda, que tal como Trincão só não participou num dos 53 jogos que o Sporting já disputou esta época e que por isso paga agora também essa fatura — tanto que foi suplente não utilizado no 2-1 ao Rio Ave na 2.ª mão das meias-finais da Taça de Portugal, já com o caminho do Jamor aberto desde na 1.ª mão, e foi opção a partir do banco nos últimos três encontros.

Tudo isto leva a unidade de performance a trabalho de excelência para oferecer os jogadores na melhor condição física a Rui Borges, que sabe que pode contar com a alma leonina a ser levada também ao limite. Foi assim com o Gil Vicente, foi assim com o Benfica, querem os leões que assim seja com o Vitória de Guimarães para poderem celebrar o tão desejado bicampeonato.

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