Gonçalo Paciência está feliz no novo clube, onde já marca que se farta. Mas não esquece o primeiro amor
Gonçalo Paciência chegou, viu e já marcou cinco vezes pelo Sport. Na primeira mão da meia-final do estadual pernambucano, frente ao Santa Cruz, até inaugurou o marcador, fechado pelo compatriota João Silva, no 2-0 que lança o leão no caminho da final.
«Individualmente tenho tudo para corresponder no Brasileirão, na Copa do Nordeste, no estadual, mas sem meta de golos», disse o atacante a A BOLA. «Para o clube, entretanto, este ano é muito importante depois estabilizar na primeira divisão, depois de alguns anos na B, queremos ajudar no esforço de reestruturação, de melhoria das condições, estamos cientes da dificuldade que a Série A impõe mas acreditamos em nós».
Eis o ‘maior do Nordeste’, treinado por Pepa, que tem sob as suas ordens quatro adjuntos e um trio de jogadores, Sérgio Oliveira, Gonçalo Paciência e João Silva, todos nascidos em Portugal
Sobre a adaptação, o jogador, já com passagens por Grécia, Alemanha, Espanha ou Japão, não sentiu tantas dificuldades. «Todo o país tem as suas características únicas, o Brasil também. Tem sido uma experiência desafiante pelo clima, muito quente, pelo futebol brasileiro, que para as pessoas é uma religião, pelos jogadores brasileiros, que têm muito talento, e pelo Sport, em fase de reestruturação, mas o idioma ajuda, sinto-me a crescer e estou muito feliz».
«Entretanto, não temos é tempo de ir à praia, passamos mais tempo no carro a caminho do treino, mas tem sido fantástico estar aqui, já conhecia o país, sou casado com uma brasileira, conheço muitos lugares e é sempre muito bom ter compatriotas aqui, moramos muito perto, as famílias conhecem-se, é ótimo», prossegue.
Pepa ajudou também. «Tive duas ou três conversas com o Pepa e ele convenceu-me, o facto de querermos estar sempre com a bola perto da baliza adversária ajudou-me a decidir, porque eu preciso de bolas na área, a ideia de estarmos a começar a época e não a meio também ajudou, estamos todos em igualdade, o facto de ele ser português idem, porque já me conhece, e finalmente o projeto do próprio Sport, que trouxe jogadores de grande qualidade».
O FC Porto, no entanto, é um passado sempre presente na vida de Gonçalo. «Estive 16 anos ligado contratualmente ao FC Porto, nasci e cresci no clube, não digo que seja mágoa ter tido poucas oportunidades mas há ainda um sentimento menos agradável de não ter tido espaço, de qualquer forma, se não fui jogador muito tempo serei sempre um adepto». «Este ano não tenho visto muito o FC Porto porque os horários dos treinos e jogos coincidem, sei que é um ano difícil, de muitas mudanças, mas o FC Porto é sempre o FC Porto», acrescenta.
Equipa treinada por Pepa bateu o Jaguar no Campeonato Pernambucano
E a seleção ainda é uma hipótese. «Sei da dificuldade de voltar à seleção, talvez preconceito seja palavra forte mas sei da distância que o Brasil está dos holofotes, apesar de chegarem cada vez mais jogadores de muita qualidade ao Brasileirão, claro que a seleção está sempre no pensamento, se fizer as coisas bem, as portas podem abrir-se, capacidade tenho, tanto que já lá estive, mas agora devo é focar-me no Sport».