Farioli é o novo treinador dos azuis e brancos (Foto: FC Porto)

Farioli apresentado no FC Porto: «Somos um pouco obsessivos com o que fazemos»

Técnico italiano assinou vínculo com os dragões válido por duas temporadas e já conheceu os cantos à nova casa. «Nunca vi um presidente tão motivado para recolocar o clube que ama no topo», sublinha

Francesco Farioli foi apresentado como novo treinador do FC Porto este domingo e, sem tempo a perder, já conheceu os cantos à casa, tendo estado no Olival durante a manhã.

O técnico italiano, que assinou contrato com o emblema azul e branco válido até 2027 e está blindado por uma cláusula de rescisão de 15 milhões de euros, esteve no local onde vai «passar bastante tempo» a «construir uma mentalidade» e a «incutir o desejo de dar tudo.»

«Somos muito apaixonados e um pouco obsessivos com o que fazemos», confessa Farioli, sublinhando que «a mentalidade e a união estão acima de tudo.»

O Olival é onde quer «estabelecer as bases» de um futebol «bravo» e «construído pelo desejo de ser protagonista e de colocar todas as cartas em cima da mesa.» Ansioso por começar a trabalhar, o ex-treinador do Ajax refere que «este é o momento para verificar, analisar e começar a trabalhar para construir uma equipa já a partir do dia 11.»

A receita para uma rotina diária de sucesso é «bastante simples», garante: «Chego muito cedo e normalmente saio muito tarde. Passar muito tempo no centro de treinos é algo que faz parte do nosso ADN há muitos anos, do meu e da minha equipa técnica. Acredito no volume e na capacidade de dedicar horas ao que fazemos, isso ajuda muito. Não é tudo, mas é uma peça-chave para atingir o sucesso.»

Admitindo que há sempre «algo a melhorar», o italiano diz que há uma palavra fulcral no seu método de trabalho: «Há uma palavra que é chave para nós, como equipa técnica, mas também para os jogadores, que é a curiosidade. Porque o futebol e a evolução do futebol dizem-nos que o que fazemos hoje não será suficiente amanhã. Estamos sempre abertos a mudanças e a sermos desafiados para modificarmos e ajustarmos a nossa ideia.»

«Eu acredito que o futebol é uma questão de gosto. Esse é o título da minha tese no curso de treinador. É uma questão de gosto, o que cada um aprecia, o que sente e o que acredita. Podemos ganhar de várias formas, mas o que nos deixa felizes é sentir que a equipa é fiel às nossas ideias.  A parte tática é fundamental, mas não é tudo. Acredito que a mentalidade e a união estão acima de tudo, porque todos os treinadores trabalham muito, mas é nisso que nos podemos distinguir. Queremos construir uma mentalidade e incutir o desejo de dar tudo. Isso para mim é inegociável, porque nós passamos muitas horas a trabalhar e não podemos ir para casa com o arrependimento de não termos dado tudo», frisa Farioli, sobre o aspeto tático do jogo.

Sobre as primeiras impressões do clube, o treinador de 36 anos deixou elogios a André Villas-Boas e à sua vontade de «recolocar» o FC Porto «no topo»: «Nunca vi um presidente tão motivado para recolocar o clube que ama no topo. Tivemos uma conexão instantânea e o meu desejo é limpar as más energias, porque uma época nova nem sempre é uma página em branco. Em três semanas não é possível limpar tudo e eu acho que é bom termos consciência das coisas que nos fizeram sentir dor. Temos que trabalhar muito, muito mesmo, e logo veremos até onde vamos. Só há uma forma de competir pelo que queremos, é um trabalho diário dos jogadores, do clube, da equipa técnica, dos adeptos e da cidade. Essa é a chave e este é o momento para verificar, analisar e começar a trabalhar para construir uma equipa já a partir do dia 11. Vamos estabelecer as nossas bases e depois veremos quantos andares conseguimos construir em cima delas.»