Derrota por 4-1 diante do Chelsea surgiu no prolongamento

Faltou mais Benfica para agarrar a felicidade (crónica)

Águias não se libertaram da pressão inglesa e fizeram exibição apagada frente a um Chelsea sem brilho. Adeus ao Mundial de Clubes

CHARLOTTE — Lage surpreendeu na escolha da equipa titular ao manter Dahl a titular como lateral-esquerdo em vez de optar por Carreras, que voltara a estar disponível depois de cumprir castigo, mas essa novidade ou a estratégia da equipa do Benfica não apanharam desprevenido o Chelsea, durante a primeira parte.

Os ingleses mostraram ter a equipa portuguesa bem estudada, tiveram mais bola e anularam quase todas as tentativas do Benfica de desenhar transições ofensivas rápidas, uma das principais características da ideia de jogo de Bruno Lage. Pavlidis teve muitas vezes de recuar até ao meio-campo defensivo para ter bola. O Benfica ia ficando enjaulado nas imediações da sua área, a defender de forma compacta, mas sem capacidade de acertar o passe sem corte do Chelsea; incapaz, também, de ligar a equipa e de a esticar até zonas onde pudesse ferir os ingleses. Sentiu-se neste ponto, talvez, a ausência de Álvaro Carreras, elemento muito importante durante a época inteira para fazer crescer a equipa da defesa para o ataque.

A dupla Caicedo e Lavia colocava tranças no meio-campo, Enzo Fernández encaixava na pressão a Florentino ou Kokçu, e os lances de perigo para o Chelsea foram surgindo. Pedro Neto deu sinal logo no primeiro minuto e Palmer foi uma dor de cabeça para os benfiquistas. Valeu, nesta fase, vários cortes na hora certa de Otamendi e António Silva (tirou bola de cabeça, em cima da linha, num remate de Cucurella) e sobretudo um enorme Trubin, que, entre várias outras boas intervenções, fez defesas enormes a remates de Cole Palmer e de Cucurella. O Chelsea foi para intervalo penalizado também pela ineficácia, pois dominou e criou lances suficientes para ficar mais tranquilo no jogo. O Benfica simplesmente pareceu não conseguir fazer melhor, mais do que ter por estratégia entregar a iniciativa ao Chelsea. As águias terminaram a primeira parte com dois ou três lances prometedores, sem oportunidades de golo flagrantes, remates enquadrados e a dar sinal de muita dificuldade para se livrar da pressão inglesa.

Lage tinha de fazer alguma coisa para mudar a história e lançou Akturkoglu, ao intervalo, para o lugar de um massacrado Schjelderup, que lutou no flanco esquerdo e teve iniciativas interessantes.

Os primeiros minutos o segundo tempo não trouxeram nada de diferente, infelizmente para o Benfica. O Chelsea instalado no meio-campo das águias e a tentar o golo. Otamendi impediu que Delap, bem pocisionado na área, fosse feliz; Caicedo rematou com perigo ao lado do poste da baliza de Trubin.

Quando prevalecia a sensação que o Chelsea definia tão mal que acabaria por ser penalizado, o erro surgiu de onde menos se esperava, de Trubin. O guarda-redes ucraniano do Benfica pocisionou-se muito mal e Recce James bateu diretamente para o fundo da baliza um livre cobrado na esquerda.

Bruno Lage reagiu, lançou Belotti e Prestianni, e a equipa deu resposta, finalmente ganhou metros no campo e mais presença na área do Chelsea. Poderia ter arriscado assim mais cedo, porque criou problemas aos ingleses. Os encarnados estiveram até, finalmente, perto do empate, por exemplo num remate de Prestianni que parecia de golo mas saiu frouxo e ao lado.

Depois veio o alerta de tempestade, o jogo foi suspenso por cerca de hora e meia, para que fosse cumprido o protocolo de segurança, e no reatamento foi diferente. O Chelsea tentou defender a vantagem, o Benfica carregou, ganhou penálti e Di María levou a decisão para prolongamento. Seguiu-se uma fase de muitos nervos, Prestianni foi expulso e as águias voltaram a formar bloco mais baixo.  

O Chelsea recuperou bola e iniciativa, mas havia mais espaço para os ataques rápidos e mais perigo da equipa dos encarnados. O jogo ficou mais aberto, houve oportunidades de golo para as duas equipas, seria novamente o Chelsea a sorrir. Num lance de alguma confusão, Nkunku marcou golo, Pedro Neto pouco depois e, ainda antes do apito final, Dewsbury-Hall fixou o resultado. 

Olhando para o jogo todo, o Benfica fez pouco para sair vencedor frente a adversário forte, mas longe de ter feito um jogo brilhante. Foi o adeus das águias ao Mundial de Clubes dos Estados Unidos. Com uma goleada que não espelha exatamente o que se passou no relvado, mas mostra alguma coisa.

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