Mónica Mendes, agora treinadora, somou 58 internacionalizações de quinas ao peito e marcou presença nos primeiros Europeus sub-19 e da Seleção A
Mónica Mendes, agora treinadora, somou 58 internacionalizações de quinas ao peito e marcou presença nos primeiros Europeus sub-19 e da Seleção A (A BOLA)

Europeu feminino: «Usem a garra lusitana como arma poderosa»

Mónica Mendes, antiga internacional, esteve em Berna a apoiar as Navegadoras. Reconhece que a missão com Espanha era hercúlea e, através de A BOLA, deixa mensagem de confiança: «Unidas para crescer»

GENEBRA — Mónica Mendes faz parte do lote de jogadoras portugueses que espalhou qualidade por esses relvados fora. Jogou em Portugal, Estados Unidos, Itália, Chipre, Noruega e terminou a carreira precisamente na Suíça, no Servette, no qual foi capitã e ganhou tudo o que havia para ganhar.

De quinas ao peito também fez história. Nas sub-19, com apuramento inédito para a fase final do Europeu, em 2012, e pela Seleção A, com a qual somou 58 internacionalizações e esteve no Euro-2017, nos Países Baixos.

A BOLA encontrou Mónica Mendes no estádio, em Berna, na quinta-feira, de bandeira portuguesa às costas, a apoiar a equipa lusa diante de Espanha.

«Foi um jogo muito difícil, já se sabia, claro, enfrentar uma equipa campeã do mundo tem dificuldades muito grandes, tem muitas opções, com uma ideia de jogo muito clara, onde as jogadoras são muito dinâmicas e sabem perfeitamente o que estão a fazer para desestabilizar os adversários. Portugal teve muitas dificuldades em entrar no jogo, que sofremos golos muito cedo, também devido às mudanças de posição constante das espanholas que cria sempre grande imprevisibilidade e dificulta muito mais o trabalho de quem está a defender. Espanha dominou por completo, na segunda parte conseguimos, de alguma maneira, fazer um jogo mais unido, melhor, com mais intenções claras de chegar à frente, de tentar fazer alguma coisa para tentar procurar um resultado menos pesado, foi um teste muito difícil, mas estamos no Europeu, aqui só estão as melhores equipas e todas querem chegar o mais longe possível. Não vai haver jogos fáceis e tem de ser na superação e no trabalho árduo que Portugal conseguirá algum resultado positivo», analisou.

Questionada sobre o que tem falhado a nível ofensivo na equipa lusa, a agora treinadora — na última época orientou as sub-18 do Sion — foi clara: «Portugal jogou com linha de 5x3x2 é um estilo mais defensivo e quando é para atacar cria mais dificuldades, só conseguiu chegar à frente em transição, isso dificuldade o trabalho de quem está na frente, que fica sozinha e quando precisa de apoio para ataque organizado, não tem. Das vezes que conseguimos chegar à frente, a Jéssica tentava no 1 contra um, mas rapidamente ficava cercada por mais duas ou três e nenhuma colega chegada a tempo. Mas, é uma estratégia que, de certo, já esperavam que estariam mais tempo de jogo a defender.»

Segue-se a Itália, uma seleção que considera estar perfeitamente ao alcance de Portugal, pelo que, através de A BOLA, transmitiu mensagem de confiança às Navegadoras: «Têm de estar unidas para crescer, cada jogo é um desafio, todas as equipas querem chegar o mais longe possível. Usem a garra lusitana como arma poderosa de início ao fim do jogo e aproveitem esta montra que é o Europeu. Não chegaram aqui com sorte, houve todo um caminho de trabalho em que cada etapa foi conquistada e têm de estar orgulhosas e aproveitar a oportunidade para darem tudo pelo nosso País.»

Através de A BOLA, Mónica Mendes deixa uma mensagem às Navegadoras: «Acredito plenamente na nossa Seleção, não chegaram aqui com sorte, mas houve todo um caminho de trabalho em que cada etapa foi conquistada e elas têm de estar orgulhosas e aproveitar esta oportunidade para crescerem juntas e darem tudo pelo nosso País. A Suíça está cheia de portugueses, só têm de se sentir motivadas, não vão estar sozinhas. Total confiança, acredito muito nelas, vamos ter resultados positivos.»    

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