Duelos entre Benfica e Boca Juniors acabaram sempre da mesma forma
Benfica e Boca Juniors não se cruzam, num qualquer palco do futebol mundial, desde 5 de agosto de 1995. Foi há (quase) 30 anos que se defrontaram no relvado do Giants Stadium, em New Jersey, nos Estádio Unidos da América, pela última vez. Os dois colossos do futebol europeu e sul-americano cruzaram-se em quatro ocasiões, entre os anos 60 e 90, em jogos que, embora amigáveis ou inseridos em torneios internacionais, foram repletos de intensidade, talento e momentos memoráveis. De Eusébio a Caniggia, de Coluna a Rattin, estas partidas foram verdadeiros capítulos de história do futebol e acabaram sempre empatadas 1-1 no final dos 90 minutos.
Integrado numa digressão americana, em 1967 jogaram duas vezes. A estreia foi em São Francisco. O Benfica apresentou o seu onze de gala, com Eusébio, Coluna e António Simões. O Boca Juniors, com craques como Rattin e Roma, marcou primeiro, aos 79 minutos, por Rojas. Mas foi Eusébio quem galvanizou a multidão e resgatou o empate aos 84 minutos, num golo que ficou na memória. O jogo foi marcado por momentos de dureza física, com Rattin a protagonizar várias faltas sobre Eusébio, que, ainda assim, resistiu e brilhou.
Três dias depois, novo empate. Madurga abriu o marcador para os argentinos, aos 38 minutos, mas Eusébio voltou a mostrar porque era considerado um dos melhores, empatando logo após o intervalo. Num ambiente mais sereno, mas com o mesmo nível competitivo, ambas as equipas confirmaram o estatuto de grandes potências.
Um ano depois, inserido no prestigiado Torneio Pentagonal da América do Sul, voltam a encontrar-se no ambiente sempre fervoroso e apaixonado da Bombonera, num jogo que ficou marcado por duas grandes penalidades discutidas. Eusébio jogou apenas 27 minutos, ainda a recuperar de cirurgia ao joelho, e foi substituído por Calado. O Boca adiantou-se aos 72 minutos, mas Jacinto empatou seis minutos depois, também de grande penalidade.
Reencontraram-se 27 anos depois. Já muito depois do auge de Eusébio, o Benfica enfrentou o Boca numa nova era, com nomes como Preud'homme, Paulo Bento e Valdo. O brasileiro marcou cedo, de penálti, mas Medero empatou. O jogo teve ainda a expulsão de Hassan, aos 40 minutos. No final novamente 1-1 no marcador, mas foi preciso decidir um vencedor, nas grandes penalidades. A equipa argentina foi mais eficaz, vencendo por 3-2. Foi um reencontro entre gigantes, longe do brilho técnico das décadas anteriores, mas ainda digno de nota pela rivalidade e emoção.
Esta segunda-feira, Benfica e Boca Juniors estreiam-se a jogar a valer, numa competição inédita no futebol.