Destaques do SC Braga: Joe e Djaló atrevidos na turma dos inconformados

Destaques do SC Braga: Joe e Djaló atrevidos na turma dos inconformados

FUTEBOL25.10.202300:04

Ainda o jogo ia nos três minutos e já Joe Mendes aparecia perto da área espanhola. Álvaro Djaló ameaça tornar-se caso sério. Não há notas negativas numa equipa de lutadores

O melhor: Álvaro Djaló (7)

Está a ficar um caso sério, este jogador espanhol de origem guineense e formação como futebolista feita no SC Braga desde os juniores. Emparedado entre centrais de excelência e todo um respeito pelo senhor Real Madrid, foi irreverente desde a primeira hora. Procurou espaços a cada minuto, movimentando-se irrequieto na área espanhola e inventando linhas de passe para os companheiros. Ofereceu duas vezes a possibilidade de golo a Ricardo Horta (31’e 70’), marcou o tento bracarense com ganas de ponta-de-lança e ainda fez com que Camavinga visse o primeiro cartão amarelo do jogo, quase no fim.

Matheus (6) - Foi, como o homólogo madrileno, essencialmente um espectador interessado no que se passava lá pelas bandas do meio-campo. Nada a fazer nos golos do Real Madrid, atenção superlativa numa das diabruras de Vini Jr. (27’), uma bela defesa aos 51 minutos e a coroar a exibição uma excelente saída perante o craque da noite, o tal Vinícius, já em tempo de compensação.

Joe Mendes (7) - Apareceu logo aos 3 minutos, na primeira aproximação à area do Real, como quem diz «estou aqui!». E a verdade é que depois foi sempre aparecendo, em golfadas de ataque da equipa minhota que alimentou com velocidade e destreza. Sempre disponível para receber a bola e correr pelo lado direito fora, iniciou a jogada do golo bracarense que ainda permitiu sonhar com o empate.

Serdar (5) - Calhou-lhe pela frente uma das piores missões que um defesa pode ter, hoje, no Mundo: travar Vinícius. Claro que nem sempre (quase nunca) conseguiu, como ninguém conseguirá. Mas teve uma exibição esforçadíssima e fez bem tudo o que estava ao seu alcance, até frente a outros esporádicos adversários.

Niakaté (5) - Uma noite mais tranquila que a do colega do lado. Esteve firme nas ações defensivas e quase conseguiu evitar o primeiro golo do Real.

Cristián Borja (5) - Teve algumas distrações iniciais, mas recompôs-se. Foi menos influente do que queria nas tentativas de ataque.

Vítor Carvalho (5) - Não se tratando propriamente da noite dele, Vítor Carvalho correu, cumpriu os quilómetros que tinha de cumprir para travar a transição madrilena e saiu esgotado aos 67 minutos.

Al Musrati (6) - É um jogador de valor acrescentado, daqueles box to box (adoramos expressões britânicas) que qualquer treinador queria ter na sua equipa. Tanto aparece perto de finalizar (10’ e 20’), como a servir colegas de bandeja (44’). Pelo meio corta mais de metade das iniciativas adversárias, o que não é um mau score.

Ricardo Horta (5) - Experiente e sabedor, deu serenidade ao meio-campo bracarense nas várias alturas do jogo. Também surgiu no ataque, claro, e aos 70 minutos esteve à beira do festejo. Faltou, porém, aquela chama especial de Ricardo Horta de que o SCBraga tantas vezes tem beneficiado.

Zalazar (6) - Sempre que teve tempo e espaço procurou pensar o jogo bracarense, tendo conseguido aqui e ali boas ligações entre o meio-campo e o ataque. Dos mais mexidos, ainda que nem sempre ciente da melhor solução para cada problema que o jogo lhe colocou.

Banza (6) - Força da natureza, irrequieto por feitio, pode ser o cabo dos trabalhos para qualquer linha defensiva. A do Real foi serena, e por isso Banza não brilhou mais. Muito bem na assistência a Djaló para o golo minhoto.

Abel Ruiz (5) - Entrou com a equipa em desvantagem e tentou colocar mais pressão sobre a defensiva espanhola. Conseguiu, mas sem especiais efeitos práticos.

Bruma (5) - Como Ruiz, entrou seis minutos depois de o Real Madrid se ter colocado em vantagem e ter percebido que tinha o jogo controlado salvo qualquer imprevisto ou jogada de génio. Esta podia ter saído dos pés de Bruma, sabemos que sim, mas não saiu.

Diogo Fonseca (5) - Entrou em campo aos 73 minutos, foi posicionar-se na frente para a marcação de um canto a favor do SC Braga e cabeceou ao lado. Já todos sonhámos com entradas épicas em campo e elas de facto acontecem (vide o caso de Guiu, do Barcelona, no passado fim de semana). Mas são raras. Fonseca pareceu muito nervoso e não conseguiu fazer a diferença na fase decisiva do jogo.

João Moutinho (5) - Tem um conhecimento do jogo que lhe permite passar o resto da época a explicar à juventude do Braga como se aborda cada obstáculo e desafio que aparece no caminho. Olhando para os minutos que passou em campo parece estar ainda muito mais vocacionado para jogar do que para ser professor. Fica a ideia de que podia ter entrado mais cedo.