'Así, así, así gana el Madrid' controlador cínico e letal: a crónica do SC Braga-Real Madrid

'Así, así, así gana el Madrid' controlador cínico e letal: a crónica do SC Braga-Real Madrid

NACIONAL25.10.202300:19

Minhotos nunca se encolheram; em noite mais feliz, podiam ter pontuado; Real Madrid faz dos pormenores 'pormaiores, e tem 'killer instinc'

RENTE a frente, na pedreira que Souto Moura transformou num estádio, e que lhe valeu o prémio Pritzker de 2011 (uma espécie de Oscar da arquitetura, que lhe foi entregue por Barack Obama), estiveram ontem uma equipa que tinha feito 14 jogos na Liga dos Campeões, e outra que venceu a Liga dos Campeões por 14 vezes.

 Essa diferença estratosférica de estatuto não se fez sentir ao longo dos 90 minutos, e embora não seja legítimo questionar a vitória dos merengues - melhor equipa, mais oportunidades, maior controlo de jogo - não deixa de ser verdade que numa noite em que, em alguns momentos, a sorte do jogo não estivesse de costas, os minhotos podiam ter acrescentado história à história que já fizeram. 

O azar do SCBraga foi que, ao contrário do que tem sucedido, volta e meia, em jogos da Champions - uma derrota recente em Madrid com o Sheriff ou duas com o Shakhtar de Luís Castro, em casa e fora, desta feita a equipa da capital espanhola levou a sério, muito a sério, o adversário, e apesar de ter estado em Braga depois de um jogo exigente em Sevilha e antes do Clássico com o Barcelona, não fez poupanças. Essa consideração competitiva pelos arsenalistas, já deve valer como uma medalha... 

Pormenores, ‘pormaiores’

Contra um Real Madrid que apresentou o seu 4x3x3 clássico, onde Bellingham é um falso ponta-de-lança e aparece nos espaços abertos pelo duo dinâmico formado por Vinicius Júnior e Rodrygo, Modric pauta o jogo, respaldado no apoio defensivo de Fede Valverde e Camavinga, e a defesa vive da experiência de Carvajal, Nacho e Rudiger, oSCBraga tomou cautelas, ao fazer descer, sem a posse da bola, primeiro Vítor Carvalho e depois Al Musrati, para terceiro central, deixando Banza demasiado só na frente, e pedindo especialmente a Ricardo Horta e Álvaro Djaló (o melhor dos minhotos), que fizessem as despesas da criatividade e do desequilíbrio. 

Porém, quem joga contra o Real Madrid não pode adormecer e os campeões de Espanha apenas precisaram de uma oportunidade para passarem para a frente no marcador. Aos 16 minutos Vinícius acelerou (dos zero aos cem em 3 segundos!!!) e deu o golo a Rodrygo. Seguiu-se boa reação do SCBraga, mas nem Al Musrati (20) nem Ricardo Horta (24) tiveram a eficácia dos adversários, que controlando a meio-campo, iam lançando contra-ataques venenosos que deixavam a defesa do SCBraga em sobressalto. ancelotti pragmático. 

Na segunda parte, depois de Camavinga assustar (59), Bellingham não perdoou (61) e com 0-2 o jogo pareceu fechado. Só que dois minutos depois Álvaro Djaló, com um belíssimo golo, encurtou distâncias e reabriu o jogo. Artur Jorge (66), lançou Bruma, diminuído fisicamente, e Abel Ruiz, recuando Al Musrati para a posição de Vítor Carvalho, e aos 70 minutos Ricardo Horta só não empatou porque Kepa fez uma defesa in extremis para canto. 

Ancelotti percebeu o perigo, tirou um avançado e meteu um médio (Rodrygo por Tchoumeni) e fechou o jogo. E nem a entrada de Moutinho (por Al Musrati, 78), reforçando o meio-campo ofensivo, fez tremer o Real Madrid que, em contra-ataque esteve perto de ampliar a vantagem, duas vezes, e sempre pelo supersónico Vinicius. Abel Ruiz ainda rematou por cima, aos 90+1, mas esse foi o canto do cisne minhoto...