Bruno Fernandes, o Tottenham e a final entre FC Porto e SC Braga em 2011
Capitão do Manchester United, Bruno Fernandes vai jogar a sua segunda final da UEFA Europa League — na primeira, em 2021, os diabos vermelhos de Ole Gunnar Solskjaer seriam derrotados pelo Villarreal, nos penáltis (10-11), após 1-1 em 120 minutos.
«Para mim, porque já disputei uma final e não a ganhei, espero que à segunda seja de vez», afirmou o internacional português à UEFA. «Foi dececionante, foi uma final em que o Villarreal mereceu muito ganhar, mas penso que se tivéssemos ganho também teria sido merecido. O jogo foi muito cauteloso, com nenhuma das equipas disposta a dar muitos espaços ao adversário. Não é de estranhar que tenha terminado empatado», lembrou Bruno Fernandes, esperançado de que o United possa agora mudar a história.
«Há dois anos perdemos a final da Taça de Inglaterra, frente ao Manchester City, e na época seguinte conseguimos vencê-los num jogo muito semelhante, por isso diria que nesse dia a sorte esteve do nosso lado, enquanto no outro não. Espero que esta época consigamos fazer algo diferente e terminá-la da melhor forma possível, o que obviamente significaria vencer a Europa League», assumiu.
Do outro lado estará o Tottenham, adversário na Premier League, mas Bruno Fernandes relativiza e até lembra o duelo português em Dublin de 2011: «São duas equipas que tiveram uma época difícil, mas temos a hipótese de terminar a temporada com um título europeu. É um momento, uma oportunidade, que nem todos têm. É uma oportunidade única para nós, podermos ganhar um troféu para este clube. Uma final é uma final e não importa quem defrontamos. Nenhuma final é como um jogo de campeonato, mesmo quando envolve duas equipas que se conhecem bastante bem. Por exemplo, lembro-me de ver o jogo entre Porto e Braga na final da Europa League. Ambos conheciam-se muito bem, por serem do mesmo país, mas no jogo parecia que não se conheciam nem conheciam a dinâmica do adversário. As finais são geralmente disputadas com cautela, independentemente das equipas se conhecerem ou não, porque ambas têm medo de cometer erros, mas ao mesmo tempo ambas têm um forte desejo de vencer.»
Melhor marcador da UEFA Europa League, o médio português falou ainda do seu rendimento individual durante a época — «Mesmo que possa considerar que tenho estado bem, penso também que podia ter feito ainda mais, pois não foi suficiente para ajudar a equipa a atingir todos os seus objetivos» — e do facto de ser o capitão do United: «Não sinto pressão, sinto sim um sentido de responsabilidade e um orgulho enorme. É um tipo de pressão positiva. Fez-me compreender que há algo no meu jogo que faz com que os treinadores vejam que tenho o que é preciso para liderar uma equipa. Mas não muda a forma como sou ou como me comporto. O facto de usar ou não a braçadeira de capitão não muda as coisas, nem a forma como tento ajudar os meus colegas, nem a forma como tento fazer as coisas ou a forma como vivo o jogo.»