Na sequência do golo do empate sofrido na compensação diante do Arouca (2-2), no Estádio da Luz, o Benfica quer regressar às vitórias na Liga e para isso terá de bater o Vitória em Guimarães, este sábado, de forma a, pelo menos, pressionar o líder Sporting, que recebe o Moreirense no Estádio José Alvalade, no dia anterior. A BOLA esteve à conversa com Álvaro Magalhães, antigo lateral-esquerdo na década de 80 e treinador-adjunto das águias entre 2003 e 2005, campeão quatro vezes como jogador e uma como técnico, sobre esta perda da liderança do campeonato e para perceber o peso destes dois pontos perdidos em casa nesta reta final da temporada. - Como explica o empate com o Arouca em casa depois da goleada no Dragão? - Pois, é uma boa pergunta. Depois daquela grande vitória no Dragão, ninguém estava à espera que o Benfica empatasse em casa com o Arouca. Mérito também para os jogadores do Arouca, que acreditaram até ao fim, mas foi uma exibição menos conseguida do Benfica, especialmente na segunda parte. Houve ali um certo nervosismo e acabaram por não ter a calma e a espera, portanto manterem os últimos minutos. Eles tiveram um pouco de falta de concentração, que permitiu que o Arouca pudesse ter empatado, portanto foi um jogo para esquecer, mas para relembrar no futuro, porque nesta ponta final do campeonato ninguém esperaria que o Benfica ia perder pontos em casa com o Arouca. - Que consequência pode ter este resultado na equipa? - Têm de ser rápidos a esquecer este resultado e concentrarem-se nas finais que aí vêm. O próximo jogo é o mais importante, contra um adversário com ainda mais qualidade, que, pelo menos, tem outros objetivos em relação ao Arouca. A jogarem em casa, o Vitória de Guimarães é sempre um adversário difícil, portanto a reação tem de ser muito rápida. E a concentração, porque têm de jogar estas cinco finais como se fossem os últimos jogos da vida. São finais em que a concentração tem de estar sempre nos limites e não pode haver falhas de concentração que possa permitir o adversário fazer estragos. - Como deve o treinador, Bruno Lage, lidar com este momento? - Penso que nesta ponta final, nas últimas cinco finais, a parte psicológica é a mais importante, porque se os treinadores ainda estão a pensar no sistema tático, aí... o que é que andaram a fazer este tempo todo? Portanto esta é a parte psicológica. Controlar o ego dos jogadores e preparar a equipa psicologicamente para estes grandes desafios, mas, no fundo, os jogadores são experientes. São jogadores em que a maioria são internacionais e há muita experiência naquela equipa. Portanto penso que o importante é manter os níveis de concentração sempre nos limites e vestir o 'fato de macaco'. Estes jogos ganham-se muitas vezes na adversidade, na garra, na determinação e falhar menos vezes do que os adversários. - Em que deve o Benfica melhorar para ser campeão no final da temporada? - Ir à luta com um espírito de sacrifício. Tem de haver realmente muita concentração, repito, muita concentração. Trabalhar até aos limites e dentro de campo dar o máximo em todos os jogos. Têm de estar concentrados durante os 90 minutos ou 95, o tempo que for necessário, porque as camisolas não ganham jogos. Do ponto de vista dos adversários, também lutam pela permanência ou objetivos de Europa, portanto há ali muita luta. E nesta ponta final de campeonato temos de preparar muito fisicamente, atenção, e psicologicamente, porque a tática já vem de há muitos jogos e a parte psicológica é a mais importante nesta ponta final de campeonato. Sugestão de vídeo: