Benfica-Sporting: Joga-se mais que uma meia-final
João Neves em destaque na primeira mão da meia-final da Taça de Portugal entre Sporting e Benfica. Foto: IMAGO/Maciej Rogowski

Benfica-Sporting: Joga-se mais que uma meia-final

NACIONAL02.04.202408:30

Os dois rivais de Lisboa jogam o primeiro de dois dérbis seguidos, com este a definir o primeiro finalista da Taça de Portugal

Benfica recebe o Sporting esta noite, às 20.45 horas, no derradeiro encontro que vai definir o primeiro finalista da Taça de Portugal 2023/24. Os leões partem em vantagem, após terem derrotado as águias por 2-1, em Alvalade, mas sabem que tudo o que não seja foco total pode resultar num dissabor de Páscoa para o conjunto de Rúben Amorim.

É o terceiro encontro esta época entre os dois rivais de Lisboa. Benfica levou a melhor no jogo da primeira volta para a Liga, com dois golos nos descontos, sendo que, na altura, ultrapassou os verdes e brancos na liderança do campeonato. No entanto, as águias deixar-se-iam empatar na jornada seguinte, frente ao Moreirense, resultando na perda do primeiro lugar.

No que diz respeito à Taça de Portugal, será a 39.ª vez que os dois clubes se defrontam, com alguma vantagem para o Sporting, que derrotou o Benfica em 20 ocasiões. As águias sorriram 16 vezes, com os dois conjuntos a registarem quatro empates.

A última vez que se encontraram na Taça, os leões eliminaram os encarnados na meia-final de 2018/2019, tendo-se sagrado campeões após bater FC Porto na final.

João Pinheiro é o escolhido para apitar o encontro, e vai ter como árbitros assistentes Bruno Jesus e Luciano Maia, com Fábio Veríssimo a quarto árbitro. Hugo Miguel e Pedro Martins completam a equipa de arbitragem, com as funções de VAR/AVAR.

Benfica

É um Benfica presente em três frentes que pisa hoje o relvado, e sabe que, caso a noite não corra de feição, será menos um título disponível para a equipa de Roger Schmidt.

Com o final da época a aproximar-se, as águias continuam sem um onze base, e os adeptos continuam a protestar as exibições cinzentas. No entanto, os resultados têm aparecido, com o Benfica a registar apenas três derrotas nas competições nacionais desde o início da temporada. Depois de perderem dois jogos seguidos contra os dois principais rivais, os encarnados registaram um empate (frente ao Rangers) e quatro vitórias, que lhes valeu a passagem para os quartos de final da Liga Europa e um seguro (mas com sabor a pouco) segundo lugar no campeonato.

Há a expectativa para perceber quem começará o jogo de início: Roger Schmidt não abriu o jogo sobre o escolhido para a frente de ataque, mas, após a utilização de um ataque móvel na primeira mão — em que Rafa foi o homem mais adiantado, com Kokçu no apoio —, espera-se uma abordagem mais clássica na Luz, com um ponta de lança de referência.

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Também o meio-campo pode suscitar dúvidas: se João Neves tem sido indiscutível no miolo, o seu parceiro tem variado. Florentino tem sido o escolhido nos últimos encontros, e oferece maior solidez defensiva; Kokçu tem mais chegada à área, mas, apesar de as pazes estarem feitas com o treinador alemão, deverá partir do banco.

Onze provável: Trubin; Alexander Bah, António Silva, Otamendi, Aursnes; João Neves, Florentino; Di María, Rafa, João Mário, Arthur Cabral.

Lesionados: Tiago Gouveia.

A figura: Di María. Embora tenha desperdiçado um penálti no último encontro, foi dos pés dele que saiu a assistência para o golo de João Neves. O argentino não sabe jogar mal, e os adeptos podem sempre contar com a magia de El Fideo, seja com um golo, uma assistência ou um simples drible que levanta o estádio.

O que disse Roger Schmidt, treinador do Benfica: «A grande diferença é que jogamos em casa. A segunda grande diferença é que é um jogo decisivo, é a segunda mão da meia-final e amanhã vai ser decisivo para se saber quem vai à final. É tudo muito claro. Temos 90 minutos para jogar bom futebol e virar o resultado, é o que temos de fazer. Temos muita motivação para chegar à final da Taça, já o mostrámos nas eliminatórias anteriores e agora cabe-nos jogar um jogo de topo no nosso estádio, contra uma equipa muito boa, e mostrar que merecemos estar na final.»

Sporting

Embora jogue fora, não será desmesurado considerar que o Sporting entra neste encontro como favorito. Os leões são líderes no campeonato com menos um jogo e venceram a primeira mão da meia-final, tendo, nessa noite, logrado uma exibição portentosa que mal permitiu à águia respirar, quanto mais levantar voo.

A equipa de Rúben Amorim tem praticado futebol chocolate, dizimando a maioria dos adversários com quem se encontra, tendo perdido apenas dois encontros em 2024: primeiro contra o SC Braga na meia-final da Taça da Liga e, mais recentemente, frente à Atalanta, em Itália, o que ditou a saída dos leões da Liga Europa. Fora das duas competições mencionadas, os verdes e brancos querem levantar os dois troféus que ainda disputam, podendo aplicar as duas machadadas finais aos rivais encarnados esta semana.

Daniel Bragança foi capitão no último jogo do Sporting, frente ao Estrela da Amadora, e Rúben Amorim deixou-lhe bastantes elogios na antevisão ao dérbi. Haverá a expectativa de perceber se o médio português poderá começar de início, relegando Morita ou Hjulmand para o banco. Também Coates está de volta, depois de ter ficado de fora no último jogo para a Liga, devido a uma gastroenterite.

Rúben Amorim também abordou o alegado interesse do Liverpool na sua contratação. Se vencer o Benfica e levantar o troféu no final da época, poderá o treinador português começar a preparar as malas?

Onze provável: Franco Israel; Diomande, Coates, Gonçalo Inácio; Geny Catamo, Morita, Hjulmand, Nuno Santos; Francisco Trincão, Gyokeres, Paulinho.

Lesionados: Antonio Adán, Pedro Gonçalves.

A figura: Gyokeres. Palavras não fazem jus à época que o avançado sueco está a rubricar ao serviço dos leões. O tanque nórdico segue com 36 golos e 13 assistências, números ao nível de predestinados. Se o Benfica não conseguir anular o jogo do ponta de lança, o Sporting estará sempre mais perto da vitória e da qualificação para a final.

O que disse Rúben Amorim, treinador do Sporting: «Temos um golo de vantagem numa eliminatória de dois jogos e permite-nos estar sempre dentro do jogo. Não quero que os jogadores pensem nisso mas no desenrolar da eliminatória é um ponto de vantagem. Espero um Benfica da mesma maneira. Os clubes nestes jogos têm sempre de ganhar e ir para cima do adversário. Estamos preparados e acho que podemos ser ainda melhores.»