Vasco Seabra a tentar motivar os seus jogadores do Arouca
Vasco Seabra tirou o Arouca do fundo da tabela e colocou-o no 12.º lugar. Lobos não perdem há seis jornadas (Foto: JOSÉ COELHO/LUSA)

Arouca: «Queremos fazer o Sporting sofrer», diz Vasco Seabra

NACIONAL14.02.202515:35

Treinador dos lobos não acredita num leão fragilizado. Considera «açúcar» e «areia para os olhos» as palavras do homólogo Rui Borges sobre as limitações dos leões

A atravessar a melhor fase da época, é um Arouca invicto há seis jornadas que parte motivado para o duelo com o Sporting. Vinte e oito pontos separam o líder do campeonato e os lobos, que deixaram os tremores do fundo da tabela para trepar ao 12.º lugar. Confiante no trabalho dos jogadores, é na perspetiva de pontuar, algo que o Arouca apenas conseguiu por uma vez no Estádio José Alvalade, que Vasco Seabra abordou a antevisão ao encontro da 22.ª jornada, este sábado, às 20h30.

— Que Arouca vai defrontar o líder Sporting, que tem já Gyokeres disponível, mas que atravessa uma vaga de lesões? — Estamos há seis jogos sem perder, nos últimos oito jogos só perdemos uma vez. O Sporting é o líder do campeonato, por isso uma equipa muito difícil de defrontar. Sabemos que vamos ter de estar no nosso limite, e obviamente, gostamos de nos desafiar. Vimos de uma série muito boa, a equipa está a crescer. Nos últimos seis jogos fizemos 12 pontos, nos últimos oito fizemos 15, o que também traduz a qualidade das nossas exibições, que têm vindo a ser traduzidas também em pontos. É uma oportunidade que olhamos com muita vontade de nos desafiarmos, competirmos e podermos levar o jogo sempre mais para o nosso lado, que é sempre o nosso objetivo.

— Que Sporting espera perante um Arouca motivado pela melhoria dos resultados?

— Quando um grande tem um resultado que é menos saboroso, ou menos capaz, a vontade que tem de dar uma resposta também é muito grande. Nós sabemos que vamos enfrentar um adversário que vai entrar muito forte de início e temos de entrar fortes também e competirmos, sabendo aquilo que já fazemos enquanto equipa e as relações que já construímos. Sabemos que vamos ter um adversário de muita valia, mas que nós também somos valentes e que também podemos ir para competir, tentar ter a bola, pressionar quando temos de pressionar. Temos noção de que durante os diferentes momentos do jogo vamos ter que sofrer em alguns momentos. Mas também vamos ter momentos em que também queremos fazer o Sporting sofrer. As nossas exibições têm sido mais consistentes e têm produzido resultados. Acredito que vai ser um bom jogo e acredito que vamos poder competir contra um adversário muito forte. 

— Os processos do Arouca estão mais assimilados. Vive agora um conforto que não tinha quando chegou ao Arouca

— Sim, principalmente as relações, o processo, a forma como os jogadores começam a sentir o jogo. Nós passamos uma determinada ideia, mas a ideia também é adornada através deles, pelas características que eles têm, e a verdade é que eu tenho um grupo de trabalho que é muito profissional. Tirando o Nino Galovic, que tem uma lesão mais alargada, temos toda a gente disponível e é muito difícil fazer a convocatória, porque os jogadores treinam-se a 100 por cento e isso dá-me alento. Cria-me dificuldades e dores de cabeça também, pois empenho máximo é uma coisa que lhes peço a toda hora. Mas é isso que depois também nos aproxima de termos melhores resultados. Por isso, o mérito é dos jogadores pela forma como se estão a aproximar dessa mesma competitividade e a forma como querem entrar no onze e como querem ajudar a equipa. Trabalhar sobre estes resultados ajuda a que a confiança também aumente. Por isso, temos de valorizar é o grupo que temos, o plantel que temos, a força que temos internamente enquanto grupo para lidar com o momento que foi mais difícil e para lidar com este em que estamos a crescer.

— O Sporting apresenta um caudal ofensivo fortíssimo. Preparou alguma estratégia especial para este jogo?

— De jogo para jogo vamos ajustando sempre algumas coisas, às vezes em função de características individuais, por exemplo, se jogam com os extremos de pé contrário ou se os médios são jogadores que fazem mais passos progressivos ou mais passos para encaminhar para o corredor, e nós, em função disso, muitas das vezes, procuramos que a nossa estratégia também se adapte, procurando criar superioridade numérica em determinados sítios quando estamos a defender, para tentarmos não permitir que essas situações possam acontecer. Este jogo tem sempre também essas características. Nós sabemos que o Sporting é muito forte nos corredores, mas também é forte na profundidade, seja qual for o ponta de lança que joga. Portanto, nós tivemos esse nível de preocupação, que é um nível de preocupação normal em função de qualquer adversário que podemos apanhar.

As palavras do Rui também são açúcar, são areia para os meus olhos, ou seja, eu duvido sempre dessas coisas todas. Por isso, sei que o Sporting vai querer muito ganhar o jogo, quer continuar em primeiro lugar, quer dar alegrias aos adeptos

— Então vai manter a identidade habitual da equipa?

— Não vamos fugir àquilo que nós somos enquanto equipa, por vezes queremos pressionar muito à frente, queremos recuperar muitas bolas no meio-campo ofensivo, mas por vezes a qualidade do adversário acaba por nos empurrar um pouco para baixo, outras vezes estamos a tentar estar num bloco mais intermédio, mas acabamos por saltar mais à frente, porque o adversário também nos permite que isso possa acontecer. Ou seja, isto é um bocadinho o jogo do gato e do rato. Aquilo que procuramos passar aos nossos jogadores é saberem estar nas diferentes zonas do campo, a defender e a atacar, e quando estamos nessas zonas, o que é que cada um tem que fazer e de que forma queremos anular tanto as virtudes, como queremos aproveitar as fragilidades que vemos também no adversário.

— O treinador Rui Borges já admitiu algum cansaço na equipa, referiu-o no final do jogo com o Dortmund, além das lesões que afetam a equipa. O Arouca pode tirar partido destas circunstâncias? Preferia jogar contra uma equipa sem Gyokeres ou contra uma equipa sem  Hjulmand?

 — Vou-lhe ser sincero, gosto sempre de jogar contra os melhores e os meus jogadores sei que sentem o mesmo. Por isso, aqueles que o Rui [Borges] sentir que são os melhores, é aqueles que a gente quer defrontar. Se queremos crescer enquanto equipa, se queremos crescer enquanto treinadores, se queremos ser capazes de nos desafiarmos, temos de competir contra os melhores, e eu compreendo o lado do Rui. É uma pessoa de que gosto muito e fico muito satisfeito por ele estar no Sporting e ter feito o percurso que fez enquanto treinador, mas as palavras do Rui também são açúcar, são areia para os meus olhos, ou seja, eu duvido sempre dessas coisas todas. Por isso, sei que o Sporting vai querer muito ganhar o jogo, quer continuar em primeiro lugar, quer dar alegrias aos adeptos. Bem sabemos que vamos ter um adversário muito forte. Interessa-me a minha equipa, porque eu realmente acredito nos jogadores e tenho orgulho neles, acredito naquilo que estamos a fazer e, independentemente do que acontecer, aquilo que quero é que a minha equipa compita, que sinta que tem uma ideia, que sinta que tem personalidade e que assume essa personalidade, obviamente tentando vencer o jogo. Não queremos ir na expectativa de ver o que é que o jogo vai dar, vamos encarar o jogo, sabendo que é um adversário difícil, mas que nós também temos de ser difíceis.

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