Gyokeres não é caso único: outros grandes conflitos em Portugal (e não só)

Viktor Gyokeres já entrou em rota de colisão com o Sporting ao não se apresentar aos trabalhos de pré-época dos leões, que este sábado partiram para um estágio de pré-época no Algarve. Sendo muito apontado a uma saída do clube, ainda não houve qualquer proposta pelo avançado que convencesse o Sporting.

Este está longe de ser um caso isolado no futebol português e internacional, tal como a fotogaleria, e a explicação de cada caso a seguir, exemplificam.

Em julho de 2014, o guarda-redes à data contratualmente ligado ao Benfica teve direito a dias extra de férias após ter representado a seleção eslovena. Contudo, quando era suposto apresentar-se no Seixal para iniciar a preparação da época 2014/15, Oblak não o fez, à espreita de uma mudança para o Atlético Madrid, que se acabou por verificar, a troco de 16 milhões de euros.

Após a pausa natalícia, o avançado brasileiro era esperado em Lisboa a 28 de dezembro de 2004 para o regresso ao trabalho do Sporting. Mas o Levezinho permaneceu no Brasil e apenas regressou a Alvalade em 2005, oito treinos falhados depois. Ainda assim, foi titular frente ao Benfica a 8 de janeiro... e marcou um bis (2-1).

A pausa natalícia já motivou vários episódios desta natureza no futebol português. Após ter realizado apenas quatro jogos pelos encarnados em três meses, no início da época 2011/12, Enzo Pérez permaneceu na Argentina e apresentou-se um dia mais tarde do que o estipulado. Foi emprestado ao Estudiantes em 2012, regressando à Luz para o início da época 2012/13.

A 3 de agosto de 2018, Marega recusou-se a treinar no Olival às ordens de Sérgio Conceição, na antecâmara da Supertaça frente ao Desportivo das Aves. O avançado maliano pretendia abandonar o FC Porto para rumar ao West Ham, mas acabou apenas por sair em 2021 e para os sauditas do Al Hilal.

Enzo Fernández teve um período de arromba no Benfica: agarrou o lugar de titular, foi campeão do mundo com a Argentina no Mundial 2022 e depois forçou a saída para o Chelsea, que pagou 121 milhões de euros por ele no fecho do mercado de inverno. «Não gostei do modo como saí do Benfica», disse mais tarde o jogador.

Só durou um ano a ligação do avançado ao Sporting, que no final da época 2015/16, expressou o desejo de sair de Alvalade. Foi emprestado ao Rosario Central e depois vendido ao Junior Barranquilla.

Um dos casos mais mediáticos deste género. Contratado em janeiro de 2014, o avançado egípcio só representou o Sporting num jogo (13 minutos), na última jornada do campeonato. Tinha cláusula de 45 milhões de euros e contrato até 2018. Mas depois viajou para o Egito e desapareceu. Nunca mais regressou a Lisboa. Em setembro de 2015, foi vendido ao Zamalek.

No início da preparação da época 2018/19, Thibaut Courtois recusou treinar-se pelo Chelsea para forçar uma transferência para o Real Madrid. «Ele ficou nervoso porque o Real Madrid fez uma oferta e ele tinha a oportunidade de sair», justificou mais tarde o agente do jogador, Christophe Henrotay, à BBC.

O Chelsea multou Diego Costa em mais de 300 mil euros quando o avançado não se apresentou aos trabalhos de pré-época. o avançado estava descontente com o clube depois de o treinador Antonio Conte o ter informado, por mensagem, de que não contava com ele. «Posso ficar no Brasil um ano sem jogar», chegou a dizer, mas mudou-se para o Atlético Madrid.

Só ficou uma época no Borussia Dortmund antes de forçar a saída para o Barcelona: Dembélé foi suspenso pelo clube alemão «por tempo indeterminado». O jogador admitiu que faltou a treinos de propósito e acabou por ser vendido por 135 milhões de euros, no verão de 2017.

Em janeiro de 2018, Aubameyang era um dos melhores avançados do mundo: tinha marcado 100 golos nos últimos dois anos e meio ao serviço do Borussia Dortmund. Mas faltou a vários treinos nesse mês para forçar (e conseguir) uma transferência para o Arsenal, revelou mais tarde Peter Stoger, treinador interino, na altura, do clube.