4 abril 2025, 22:36
Sporting: Frederico Varandas suspenso 51 dias
Leões vão recorrer desta sanção para o Tribunal Arbitral do Desporto
Enquanto más decisões dos árbitros escaparem pelos pingos da chuva e ataques à integridade do jogo continuarem impunes ficará tudo na mesma
Quando Frederico Varandas, presidente do Sporting, disse, em fevereiro, que o critério da arbitragem nos jogos do Sporting era diferente do critério nos jogos dos rivais, sugerindo estar a ser prejudicado ou Benfica e FC Porto beneficiados, escrevi que não seria preciso esperar muito para outros o seguirem. Foi preciso esperar mais que o que esperava, foi preciso esperar pelo último fim de semana, ainda assim mais que o anúncio do castigo do Conselho de Disciplina, no início de abril, ao líder dos leões, que, como se sabe, no uso dos direitos dele, e bem, recorreu para o Tribunal Arbitral do Desporto. Lá para as calendas gregas, quando pouco importar, logo se conhecerá a decisão final.
O Benfica manifestou, agora, profunda preocupação por ter sido ignorado um penálti contra o Sporting e assinalado um inexistente a favor do Arouca na Luz, exigiu rigor e competência e alertou para o perigo de a verdade desportiva ser desvirtuada por más decisões de arbitragem, assinalando que existe VAR para evitar e corrigir erros grosseiros.
4 abril 2025, 22:36
Leões vão recorrer desta sanção para o Tribunal Arbitral do Desporto
As discussões sobre a arbitragem não são exclusivo cá do burgo, quem tem prestado atenção sabe que aqui ao lado, em Espanha, aquilo tem sido um fandango. Mas também em Inglaterra se discutem erros, não havendo mal nisso. Até nos Estados Unidos, nas ligas de basquetebol (NBA) ou futebol americano (NFL), que fizeram mais cedo o caminho de auxiliar os árbitros com tecnologia, continua a haver erros, alguns difíceis de aceitar.
A introdução do VAR foi uma das medidas mais importantes no futebol nos últimos anos, já não há volta a dar, chegou para ficar. E em todos os jogos são eliminados erros com graves consequências. O que ninguém pode é pedir que a tecnologia do VAR ofereça o que apenas o homem, na sua imperfeição, tem para dar.
Não pode existir, posto isto, é impunidade — ou pelo menos a perceção de impunidade — de quem erra, árbitros ou videoárbitros, na mesma medida em que não pode existir impunidade de quem ultrapassa os limites da liberdade de expressão e ataca os fundamentos da integridade do jogo. O pior é que andamos neste pântano de suspeições e insinuações há tantos anos que nem damos conta da nossa sujidade. Poucos haverá, em Inglaterra ou nos Estados Unidos, que pensem que jogo esteja viciado, já por cá parece ser cada vez menos aqueles que acreditam que não está.
13 abril 2025, 20:35
Comunicado das águias após jogo polémico na Luz frente ao Arouca
Porque nem todos os erros nascem iguais, ou seja, devem ser julgados pela gravidade, há uma forma de contribuir para que todos possamos olhar para decisões dos árbitros apenas por aquilo que são, boas ou más — abra-se a comunicação para todos das conversas entre árbitro e VAR (lá chegaremos), permita-se que os árbitros falem em conferência de Imprensa, preste contas quem tem responsabilidade de liderar o setor, explique-se publicamente quais são os efeitos de um erro com influência no resultado e como é feita a avaliação e a classificação dos árbitros.
Que seja tudo transparente e que nada fique por esclarecer. Vai, infelizmente, demorar. Agora ainda ficará tudo na mesma. E cá andaremos, cantando e rindo, como se tudo o que vemos e vivemos seja normal. Quem não terá perguntas para fazer ou respostas para ouvir depois de introduzido ao conceito de rasteira com a cabeça?