De Rúben Neves a Bernardo Silva, passando por... Matheus Nunes
FC Porto, Benfica e Sporting já prepararam, e bem, a próxima época. Este é o 'Livre sem barreira', espaço de opinião de Hugo do Carmo
Não está a correr de feição a primeira época de André Villas-Boas como presidente do FC Porto. A herança, todos o sabíamos, era bem pesada e apesar de tudo ter começado da melhor forma, com a épica conquista da Supertaça — com a inesquecível reviravolta, de 0-3 para 4-3, diante do campeão Sporting —, os problemas começaram e continuam a fazer-se sentir.
No futebol, tudo leva tempo. É dos livros. Novo presidente, mudança de treinador, plantel transfigurado. Neste contexto, dificilmente os bons resultados podem suceder-se, o que torna natural a época atribulada dos dragões. Vítor Bruno não resistiu aos primeiros desaires e acabou substituído por Martín Anselmi, que foi contratado, acredito, para começar de imediato a preparar a próxima temporada.
O mesmo será dizer que esta foi uma época perdida e que o FC Porto desbaratou o ano zero e vai começar tudo de novo. Neste momento, luta apenas para recuperar o terceiro lugar no campeonato, uma tarefa que não se afigura fácil, dado o potencial do SC Braga, e que se reveste de enorme importância, tais as consequências que pode ter a ver com a próxima campanha, até porque daqui a pouco tempo estará a participar num inédito e desgastante Mundial de Clubes.
O treinador descoberto no México, no Cruz Azul, foi uma aposta de risco e a ousada ideia de jogo do argentino não tem facilitado a tarefa. É preciso tempo — no mínimo, uma campanha iniciada com uma pré-época — e, essencialmente, jogadores de qualidade. O que, convenhamos, é o maior problema. Os dragões vivem um tempo de vacas magras e as limitações financeiras são imensas, o que desde logo condiciona as contratações. E, claro, a permanência das mais-valias.
Por aqui se explicam as transferências de Nico González e Galeno, por aqui se escancaram as portas para a saída de Diogo Costa ou se torna tarefa gigantesca segurar a joia da coroa, Rodrigo Mora, um talento extraordinário, que já me parece a mais na periférica Liga portuguesa.
Ou muito me engano ou o FC Porto vai ter de reconstruir a equipa, assim ao jeito de um novo ano zero, o que para um adepto dos dragões nunca será fácil de aceitar, tal a habituação a conquistas consecutivas durante décadas.
Para já, Villas-Boas está a começar bem, procurando o regresso de Rúben Neves, como A BOLA revelou. Um médio de enorme qualidade, com muito para dar ao futebol, pois apenas tem 28 anos, e uma referência do clube. Um jogador capaz de suportar o peso de uma reconstrução, não encarnasse ele a mística azul e branca.
É por este prisma que observo também a intenção de o Benfica fazer regressar Bernardo Silva, notícia também adiantada por A BOLA. Outro talento de indiscutível qualidade. Um craque, que irradia classe.
Já agora, se me permitem deixar um conselho para igualar as contas dos três grandes, considero que o Sporting tudo deveria tentar para fazer regressar a Alvalade… Matheus Nunes.