Volta ao Algarve arranca esta quarta-feira: Todos contra Remco Evenepoel!
Remco Evenepoel é o favorito a vencer a Volta ao Algarve e a tornar-se no segundo corredor a ganhar três edições da competição, depois do português Belmiro Silva (1977, 1981 e 1984). Após o triunfo categórico na Clássica da Figueira, o jovem belga da Soudal Quick-Step, vencedor da Algarvia em 2020 e 2022, já fez saber que tem pretensões à vitória na mais prestigiada corrida por etapas no nosso país – integrante do circuito ProSeries, segundo mais importante da hierarquia da UCI - e faz-se acompanhar com os elementos da formação que brilhantemente o ajudaram a vencer a Champions Classics no último sábado, incluindo o seu novo tenente para o primeiro ataque à Volta a França, lá mais para o verão, o espanhol Mikel Landa.
«A Volta ao Algarve é uma prova difícil, mas a vantagem é que o percurso permanece praticamente o mesmo todos os anos, por isso sabemos ao que vamos. O contrarrelógio é exigente, e pode ter um papel importante na classificação geral. Estamos com uma boa equipa e veremos o que podemos fazer», afirmou o diretor desportivo da Soudal, Tom Steels.
Contudo, Evenepoel enfrentará uma concorrência bem mais forte do que na Clássica da Figueira. Desde logo, o seu compatriota Wout van Aert (Visma-Lease a Bike), provavelmente o maior opositor desde que esteja na Algarvia para atacar a geral. O belga chega com a rodagem da temporada de ciclocrosse e de duas clássicas de estrada em Espanha (Almeria e Jaén), nos últimos dias.
Van Aert é exímio no contrarrelógio – em forma, é da igualha de Enenepoel – e o resto do percurso da prova não apresenta subidas suficientemente seletivas para descartá-lo, desde que em boa forma. O Malhão, na derradeira etapa, poderá fazê-lo perder alguns segundos para Evenepoel e para alguns trepadores igualmente com ambições à geral, como Thomas Pidcock ou Daniel Martinez, mas Van Aert está na primeiríssima linha de candidatos.
Nesta, além de Pidcock – em 2023, vencedor no Malhão, à frente de João Almeida e camisola amarela até ao último dia, quando foi batido no contrarrelógio (o seu ponto mais débil) pelo então companheiro de equipa Martinez. O colombiano é agora líder da BORA-hansgrohe e a revalidação do sucesso no ano transato deverá ser-lhe prioritária (e da sua nova equipa alemã), após ter iniciado a temporada logo em grande com a conquista do título nacional de contrarrelógio.
Numa segunda linha de candidatos, mas não negligenciáveis, incluem-se os britânicos Geraint Thomas (INEOS Grenadiers) e Tao Geoghegan Hart (Lidl-Trek), embora com o condicionalismo de estarem a fazer as respetivas estreias em competição na temporada.
Uma elite dos melhores corredores do mundo em exibição no nosso país, a que pertenceria certamente João Almeida (UAE Emirates), se uma constipação não lhe tivesse atrapalhado a preparação para a prevista primeira aparição da época no Algarve, adiando-a para a Paris-Nice, a 3 de março. Os portugueses confiarão, assim, que o experiente Rui Costa (EF Education-EasyPost), possa visar a vitória em etapa e o top-10 da classificação geral, depois de ter dado as primeiras pedaladas pela sua nova equipa no Challenge de Maiorca.
Outras garantias de espetáculo nas estradas algarvias são o dinamarquês Magnus Cort Nielsen (ex-EF Education agora Uno-X), precisamente um dos maiores animadores da edição de 2023, com vitórias em duas etapas e portador da amarela, o suíço Stefan Küng (Groupama-FDJ), o melhor no crono no ano passado (e em 2019), ou o sprinter francês Arnaud Démare (Arkéa-B&B Hotels), aos quais se juntam os outros dois portugueses em equipas estrangeiras, Rui Oliveira e António Morgado (UAE Emirates), após a ausência de última hora, por doença, de Iúri Leitão (Caja Rural).