Jesus Peña a puxar o grupo de candidatos na subida à Senhora da Graça (Volta a Portugal/Facebook)

Volta a Portugal: Levezinho como Peña quer conquistar a Grandíssima

Colombiano de 56 kg chega do WorldTour, após ano difícil, para retribuir ao Tavira a confiança: vencendo a Volta a Portugal. Para já, é terceiro e aguarda por mais... montanha

O colombiano Jesus Peña está a confirmar a candidatura à vitória na Volta a Portugal, unanimemente reconhecida pela temporada de elevado nível de estreia na equipa APHotels&Resorts-Tavira-Farense. O trepador, de 25 anos, ocupa a terceira posição da classificação geral ao dia de descanso, a 12 segundos do líder, o russo Artem Nych (Anicolor-Tien21), pelos bons resultados nas etapas com final mais montanhoso já disputadas, no Sameiro (2.ª posição), em Fafe (3.ª) e na Sra. da Graça (3.ª).

Proveniente da uma equipa do WorldTour, a australiana Jayco-AlUla, que não lhe renovou o contrato que vigorava há três anos, após tê-lo recrutado à modesta formação do seu país, Colômbia-Tierra de Atletas, Jesus David Peña está a descobrir a mais importante corrida da temporada do ciclismo português.

Jesus Peña (Tavira) - Foto Volta a Portugal

«Todos me falavam, desde que cheguei a Portugal, que a Volta era uma corrida totalmente diferente de todas as outras no país, e é verdade. Estou a gostar muito da experiência e satisfeito por lutar pelos primeiros lugares», começou por dizer o sul-americano, que recorda o difícil ano de 2024.

Jesus Peña corta a meta no alto da Sra. da Graça à frente de Artem Nych - Foto Volta a Portugal/Facebook

«Passei por muito. Tive uma lesão complicada e não consegui atingir o meu nível, e a cabeça não esteve bem por isso... Não pude renovar o contrato, mas não queria regressar à Colômbia... Então, o Tavira abriu-me as portas e estou a tentar retribuir essa confiança. Sinto-me muito melhor, troquei de treinador, alterei a medida dos crenques [n.d.r.: manivelas dos pedais] e os resultados apareceram», explicou o leve corredor, de apenas 56 kg, que não rejeita favoritismo à conquista da Volta a Portugal.

«Vamos ver. Faltam etapas muito importantes, como a da Guarda, Torre e Montejunto. Espero continuar a ter boas sensações e, se possível, ganhar tempo aos adversários, porque eles são mais fortes do que eu no contrarrelógio», refere.