Volta a Portugal deixará de ser organizada pela Podium Events - Foto: Volta a Portugal

Volta a Portugal: a primeira vez de Rotem Tene

Rotem Tene derrotou Nico Tivani e venceu a 8.ª etapa da Volta a Portugal que terminou em Santarém, naquela que é a sua primeira vitória profissional no dia em que Iúri Leitão abandonou. Nych continua na liderança a dois dias do fim

O israelita Rotem Tene venceu a oitava etapa da Volta a Portugal que terminou em Santarém e ofereceu à equipa Israel Premier Tech Academy o quarto triunfo nesta que é a 86.ª edição da prova.

Tene, de 24 anos, cumpriu os 178,2 quilómetros entre Ferreira do Zêzere e Santarém em 4h01,03 horas, batendo sobre a meta o argentino Nicolás Tivani (Aviludo-Louletano-Loulé), segundo, e o português Francisco Campos (AP Hotels & Resorts-Tavira-Farense), terceiro, vingando a fuga do dia.

O israelita Rotem Tene estava tão incrédulo quanto feliz depois da vitória na oitava etapa da Volta a Portugal.

«Não é a primeira vitória profissional, é a primeira vitória de sempre em qualquer coisa, na verdade. Sinto-me bem, não estava seguro se conseguiria fazê-lo depois de tanto tempo na estrada. Passaram uns cinco anos desde que passei a elite. Tenho 24 anos e estou numa equipa continental. Não sabia se ainda conseguiria fazê-lo», confessou emocionado o corredor que foi o mais forte no sprint depois de uma numerosa fuga que chegou com sucesso ao destino final após os 178,2 quilómetros, impondo-se a Nicolás Tivani (Aviludo-Loulé-Louletano), segundo, com as mesmas 4h49.03, e que é novo líder da classificação por pontos, após o abandono do campeão olímpico português, Iúri Leitão (Caja Rural).

«Tinha pessoas que acreditavam mais em mim do que eu próprio. É uma sensação fantástica recompensá-los e a mim mesmo e finalmente tudo se conjugar», explicou o ciclista, o único israelita da equipa Israel Premier Tech Academy.

«Temos sido fantásticos. Penso que a chave para todas estas vitórias é quão bem funcionamos como equipa. Vim aqui para ser um trabalhador de equipa, não planeei ganhar aqui», explicou. «O segredo para ganhar hoje foi não estar preocupado com a possibilidade de a fuga ser anulada, porque, se fosse, ainda ganharíamos no pelotão com o Brady [Gilmore]. Nós não queremos saber das vitórias pessoais, preocupamo-nos em ganhar como equipa», rematou.

O terceiro, a dois segundos, foi o português Francisco Campos (AP Hotels&Resorts-Tavira-Farense), com o camisola amarela Artem Nych (Anicolor-Tien21) a chegar a 2.22 minutos e a segurar a camisola mais desejada quando faltam dois dias para o fim.

«Está quase a acabar, mas faltam dois dias importantes, com uma chegada ao alto de Montejunto e o contrarrelógio em Lisboa», explicou o líder da geral.

«Amanhã, só preciso de manter estas diferenças, não preciso de atacar. Se outros atacarem, vou com eles na roda e já está, revelou o bicampeão da prova.

«Na quinta-feira, estava morto. Hoje, senti-me um pouco melhor, mas a etapa foi dura, rápida», confessou.

A fuga aconteceu quando estavam decorridos 55 dos 178,2 quilómetros entre Ferreira do Zêzere e Santarém e apesar de ter assumido na véspera ter as pernas cansadas, Hugo Nunes (Credibom-LA Alumínios-MarcosCar) voltou a fugir para assegurar a vitória na classificação da montanha, na companhia de Tivani, mas também do companheiro João Medeiros. No meio da multidão seguia o discreto Rotem Tene. Na meta volante de Constância, os 25 fugitivos tinham três minutos de vantagem para o pelotão.

Quando parecia que a fuga ia ser anulada, com pouco mais de um minuto de vantagem para o pelotão e 15 quilómetros para percorrer, o pelotão permitiu-se descansar e assistiu à discussão acesa pelo triunfo na etapa que sorriu a Tene.

No sábado, a nona e penúltima etapa liga Alcobaça ao alto do Montejunto em 174,4 quilómetros, com uma contagem de montanha de primeira categoria a coincidir com a meta, antes do contrarrelógio final, no domingo, em Lisboa.