Treinador do Sintrense prefere ser eliminado pelo FC Porto do que «perder valores»

David Maside propõe-se a fazer «o melhor» e espera «trocar dois dedos de conversa» com Francesco Farioli

É com «alguma esperteza e ratice» que o Sintrense pretende causar sensação na 4.ª eliminatória da Taça de Portugal e ir ao Dragão causar ao FC Porto mais dificuldades que as provocadas pelo Celoricense, opositor também oriundo do Campeonato de Portugal que defrontou os dragões na eliminatória anterior e foi suplantado por 4-0.

Para seguir em frente na Taça, o Sintrense terá de combater adversidades e vencer probabilidades mas, acima de tudo, o seu treinador quer a sua equipa a realizar o seu «trabalho normal» e produzir «o seu melhor».

«Acho que isso é o futebol em si. Não vamos à procura de bater probabilidades, à procura de estatísticas, não - vamos fazer o nosso trabalho normal, como temos feito durante toda a semana, à procura do nosso melhor e não do melhor contra um adversário, mas sim do que conseguimos fazer bem, do que trabalhamos durante a semana para atingir os nossos objetivos, não os deitando abaixo pelo adversário, independentemente de qual seja», explica David Maside, treinador do Sintrense, na antevisão ao encontro.

O técnico não hesita: se tiver de cair no Dragão, o Sintrense irá fazê-lo de pé. «Dou prioridade aos valores da atitude e responsabilidade que temos em envergar o emblema do Sintrense ao peito, de mostrarmos que somos capazes de estar noutros patamares – não só a equipa técnica como a direção e os jogadores, porque acredito que existe muito talento dentro do Campeonato de Portugal e não só no Sintrense para se projetarem para outros campeonatos – e sim, essa parte não pode ser negociável».

«Temos de entrar com toda a personalidade que temos… porque a temos. Se for para trocar [apuramento pela prestação], sim, prefiro ser eliminado deste jogo e continuarmos com o que temos feito até aqui e as características que nos fazem crescer na atitude, concentração, determinação e responsabilidade, não perdendo esses valores, sim», admite Maside, que após a partida espera «trocar dois dedos de conversa» com o seu homólogo azul e branco, Francesco Farioli.

«A trocar ali dois dedos de conversa, certamente aprende-se sempre como fazer algumas coisas e não fazer. Portanto, espero que ele aprenda também alguma coisa de mim ou que eu diga alguma coisa que faça sentido na cabeça dele», ansiou, sorridente.