'Saca' arrasador com prémios do surf: «É preciso investir nos 'palhaços' do circo»
Tiago Pires mostrou-se bastante cáustico em relação aos prémios atribuídos pela World Surf League (WSL) que ontem anunciou o calendário para o próximo ano.
«As alterações vão no bom caminho e mostram que o novo presidente da WSL pode trazer mais interesse à modalidade, com maior foco nos atletas e no espetáculo. Mas é preciso trabalhar mais as premiações, pagar mais aos atletas que arriscam a vida», realçou à agência Lusa o antigo surfista de 45 anos.
O ex-top mundial apontou o caso de Caio Ibelli como exemplo, depois do brasileiro ter desistido da sua vaga no circuito de acesso (Challenger Series) - onde competem este ano cinco portugueses.
🚨 2026 Championship Tour schedule announced.
— World Surf League (@wsl) July 28, 2025
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«Os surfistas não podem continuar a pagar para trabalhar, suportando os elevados custos com as deslocações e estadias em todo o mundo, sem a devida correspondência em termos de remuneração. É preciso investir nos 'palhaços' do circo. É impensável que, na minha geração, ganhássemos mais dinheiro do que eles ganham hoje. Os 'prize moneys' de 2010 são iguais aos de 2025. Não faz sentido», argumentou.
Born to compete, fueled by passion 🏄♀️
— TOGETHXR (@togethxr) July 27, 2025
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O vencedor de uma etapa do circuito mundial recebe, quer em masculinos, quer em femininos, 80 mil dólares, cerca de 68 mil euros. O segundo classificado leva para casa 42.864 e o terceiro pouco mais de 27 mil euros.
Para o ano, o calendário do CT conta com 12 provas e vai coroar os campeões (masculino e feminino) de forma cumulativa, acabando com o designado Dia das Finais, em que só competiam os cinco melhores homens e as cinco melhores mulheres e que era alvo de muitas críticas. Também houve mexidas no cut (corte) do meio da época, e todas as rondas vão ser a eliminar, deixando de haver as repescagens após as rondas inaugurais.
Calendário CT 2026
Bells Beach (1 a 11 de abril), Austrália
Margaret River (17 a 27 de abril), Austrália
Snapper Rocks (02 a 12 de maio).
El Salvador (28 de maio a 07 de junho)
Brasil (12 a 20 de junho)
África do Sul (10 a 20 de julho)
Polinésia Francesa (8 a 18 de agosto)
Fiji (25 de agosto a 4 de setembro)
Lower Trestles (11 a 20 de setembro, nos Estados Unidos
Emirados Árabes Unidos (14 a 18 de outubro)
Peniche (22 de outubro a 1 de novembro)
Pipeline, no Havai (8 a 20 dezembro) , nos Estados Unidos
Cut - Acontece depois de Trestles. Até ao corte competem 36 surfistas no quadro masculino e 24 no feminino (um aumento face às 16 atuais)
Nas duas etapas seguintes o número de competidores baixa para 24 homens e 16 mulheres, mas todos voltam à competição para a última prova, na icónica onda de Pipeline, no Havai.
Atualmente, há cinco portugueses a competirem no circuito Challenger Series (CS) com o sonho de chegar à elite: Afonso Antunes, Frederico Morais, Francisca Veselko, Teresa Bonvalot e Yolanda Hopkins.
O CS dá acesso à elite da Liga Mundial de Surf (WSL) e conta com sete etapas, uma das quais na Ericeira, de 29 de setembro a 5 de outubro e, em jogo estão 10 vagas masculinas e sete femininas para o Championship Tour (CT) de 2026, onde vai haver um alargamento do circuito feminino de 16 para 24 surfistas, mantendo-se inalterados os 32 lugares no circuito masculino.