Hoje a treinar o Estrela da Amadora, João Nuno já dava mostras de ambição quando defrontava os tricolores. Foto: Estrela da Amadora SAD
Hoje a treinar o Estrela da Amadora, João Nuno já dava mostras de ambição quando defrontava os tricolores. Foto: Estrela da Amadora SAD

Quando o Estrela vencia... João Nuno: «Sempre acreditei nele»

José Miranda foi orientado pelo atual técnico dos tricolores em 2020/21, no Fabril. Era conhecido por ‘filho de João Nuno’ e recorda as qualidades humanas e técnicas do seu antigo ‘mestre’, com quem confessa ambicionar voltar a trabalhar

João Nuno vive hoje dias felizes: na quarta-feira, arrecadou o Troféu Cidade de Valladolid, primeira conquista (ainda que de caráter particular) como treinador do Estrela da Amadora, que se seguiu a dois encontros sem perder na Liga - triunfo alcançado sobre o Casa Pia (5-3) e empate com o Nacional da Madeira (1-1).

Uma demonstração de valor que, diz quem o conhece, já não vem de agora - José Miranda foi orientado pelo técnico quando tudo era bem diferente, no Campeonato de Portugal, em 2020/21, ao serviço do Fabril.

«É uma pessoa incrível, sempre falámos muito e está sempre ali para os seus jogadores, tem muita abertura para falar. Falo também de mim, pessoalmente, e vou contar um episódio, de um jogo contra o Sporting B, na altura: não consegui dormir, não sei porquê… ou na verdade sei, por sentir ansiedade. E ele passou-me uma segurança muito boa a nível de jogo, como tinha de o encarar e, sobretudo, não me tirou do onze, sem pensar 'esse gajo não dormiu'», contou o médio, com um sorriso.

Nesse registo de boa disposição, Miranda conta que João Nuno era conhecido como o seu…«pai». «Tinha um colega que dizia João Nuno é pai do Miranda, na brincadeira, porque com ele joguei quase sempre, felizmente», explica.

José Miranda foi orientado pelo atual treinador do Estrela da Amadora, João Nuno, no Fabril do Barreiro (Campeonato de Portugal). Foto: Mariana Sargento/FC Serpa

«Uma vez, no balneário, nós brincávamos e um colega meu que já estava há mais anos no Fabril, e como a gente diz no futebol, já era parte da mobília, tentou brincar comigo e disse-me Miranda, chegaste aqui este ano, não dizes nada, cala a boca e o João Nuno vira-se para ele e diz-lhe: este menino, enquanto eu aqui estiver, pode abrir a boca quando quiser, porque corre, luta e faz a equipa jogar. Então, os meus colegas usavam sempre comigo essa história do filho do João Nuno», recorda, com saudade.

A título de curiosidade, recorda Miranda, o Fabril que ambos representavam defrontou por duas vezes o Estrela da Amadora, que nessa mesma temporada subiu de escalão e iniciou o seu percurso que apenas parou na Liga principal, onde ainda hoje se mantém… e com João Nuno no seu comando técnico. Os argumentos eram diferentes e os amadorenses venceram as duas partidas: 1-0 na Reboleira e 2-1 no Barreiro.

«Lembro-me do jogo contra o Estrela em nossa casa, demos um baile de bola. O mister obrigou sempre as equipas dele a jogar muito bem desde trás e lembro-me de que o Estrela tinha uma equipa muito boa, com projeção para subir [seria promovido à Liga 2 nessa temporada] e nós tivemos mais posse de bola, mas acabámos por perder numa distração individual. Depois, durante a semana, ele bateu muito nessa tecla de que vitórias morais não eram importantes para nós, mas estávamos num bom caminho», lembra.

«Agora é mais fácil dizer que sempre acreditei nele porque ele está na Liga, mas quem trabalhou com ele sabe que ele tem capacidade para lá estar. Por isso, naturalmente ambiciono reencontrá-lo. Já o encontrei como adversário e gostava de voltar a trabalhar com ele, acho que seria uma mais-valia», completa o centrocampista de 28 anos que atualmente representa o Serpa.