Festejo de Gyokeres (IMAGO / Maciej Rogowski) - Foto: IMAGO

‘Panzer’ sueco frente a dragões que acreditam até ao fim

Sporting cai nas segundas partes mas Gyokeres vai resolvendo. Com defesas goleadores, FC Porto conquistou oito pontos para lá dos 90’

Um clássico entre Sporting e FC Porto, quaisquer que sejam as condicionantes, não precisa de muitos condimentos para ser sempre um jogo especial. Mas com as duas equipas igualadas em pontos e no topo na tabela classificativa, então o confronto ganha emoção e peculiar relevância, mesmo tendo a longa maratona da Liga pouco passado para lá do primeiro terço. E uma análise estatística quanto aos golos marcados e sofridos no campeonato pelas duas equipas vai ajudar a ler melhor o comportamento das turmas de Rúben Amorim e Sérgio Conceição.

Sendo as únicas equipas do campeonato que nunca chegaram ao intervalo a perder, as segundas partes leoninas têm sido mais penosas (Vizela, Benfica, SC Braga e V. Guimarães superiorizaram-se no regresso dos balneários) tendo apenas mais dois golos marcados que sofridos (14 contra 12).

Enquanto o FC Porto não sofreu qualquer golo em tempo de compensação, a equipa de Alvalade perdeu três com a cambalhota encarnada na Luz (de 1-0 para 1-2). E com a crença e espírito de luta que constituem a imagem de marca dos dragões, a equipa conseguiu três reviravoltas (Moreirense, Rio Ave e V. Guimarães) e se dúvidas restassem praticamente metade dos 11 golos apontados nas segundas partes (cinco) foram conseguidos para lá dos 90’, ou seja, em pleno período de compensação… e deles resultaram oito pontos (três triunfos, um com reviravolta, e um empate).

FALTA UM GYOKERES AO DRAGÃO

Sem especialistas, nenhuma das equipas marcou através de livres diretos, mas evidenciando a falta de eficácia nesta época do setor avançado portista, os defesas têm-se distinguido como goleadores e conseguiram quase 30 por cento dos remates com êxito do apenas oitavo melhor ataque da Liga (!) ao marcarem por seis vezes: Marcano (2), Pepe, Wendell, Zaidu e Zé Pedro.

Ao contrário do fraco poder de fogo dos dianteiros portistas - o seu melhor marcador, Evanilson, tem só quatro golos - o Sporting conta com o grande destaque individual nesta Liga: Viktor Gyokeres marcou por nove vezes e fez três assistências. E também neste departamento o FC Porto vive época atípica, pois (sem Otávio…) o melhor registo de passes decisivos para golos é de Eustáquio, Galeno e Gonçalo Borges, com apenas dois.

Outra área a considerar é o impacto trazido pelos suplentes das duas equipas, com Paulinho a entrar para dar duas vitórias aos leões, enquanto Evanilson e Taremi também já saltaram do banco para dar pontos aos dragões.

No que respeita a golos consentidos, o FC Porto ainda não sofreu qualquer golo de cabeça mas concedeu três de penálti. Já o Sporting não defendeu três pontapés de livre direto e é mais vulnerável a lances de contra-ataque, tendo sofrido três golos em jogadas de rápida transição.