A BOLA foi ao Estádio do Bonfim para assinalar o 50.º aniversário do último golo de Eusébio da Silva Ferreira com a camisola do Benfica

Outros golos históricos de Eusébio

Marcou centenas de golos ao longo de uma carreira de quase 20 anos. A BOLA escolheu dez...

A propósito do 50.º aniversário do último golo de Eusébio pelo Benfica, recordamos uma dezena de golos da lenda, descritos pelos jornalistas de A BOLA que os presenciaram:

9 de dezembro de 1964, Benfica-Chaux-de-Fonds (guarda-redes: Eichmann)

Corria a segunda parte da 2.ª mão dos oitavos de final da Taça dos Campeões e o Benfica já vencia por 2-0, quando, ao minuto 52, surgiu o golão de Eusébio. Sempre em movimento, ‘picou’ a bola duas vezes sobre adversários e, de novo, apanhou-a, ainda no ar, para um ‘tiro’ fantástico de força e precisão. Tudo sem deixar a bola cair. Eichmann viu assim o golo: «O ataque do Benfica é fantástico e eu nunca tinha enfrentado uma linha avançada com tão forte poder de remate. Eusébio, então, é fenomenal!  O golo foi uma jogada de mestre e um golo como poucas vezes se terá visto. Que podia eu fazer? Limitar-me a aplaudir e foi o que fiz com todo o prazer.»

24 de fevereiro de 1965, Benfica-Real Madrid (guarda-redes: Betancort)

Não era um Real Madrid qualquer. Tinha Santamaría, Amancio, Pirri, Puskás ou Gento, por exemplo. Logo aos 9 minutos, José Augusto marcou de cabeça e, três minutos depois, surgiu a obra-prima de Eusébio. Apanhou a bola ainda no meio-campo benfiquista, prendeu-a aos pés e, de simulação em simulação, com os espanhóis a fugirem na sua frente, chegou a um ponto de onde decidiu alvejar a baliza de Betancort. O remate, raso e forte, fez entrar a bola rente a um poste, sem defesa possível, para qualquer guarda-redes do Mundo.

24 de fevereiro de 1965, Benfica-Real Madrid (guarda-redes: Betancort)

Ainda no mesmo jogo, mas aos 25 minutos, José Augusto recebeu passe de Péridis, progrediu dois ou três metros e centrou para Torres, que, de cabeça, a desviou para Eusébio. E este, quase à entrada da grande área madridista, voltou a desferir um remate portentoso, muito semelhante ao do golo anterior. Outro monumento!

25 de abril de 1965, Checoslováquia-Portugal (guarda-redes: Schrojf)

Eusébio recolheu a bola nas imediações da linha central do terreno para encetar uma fuga, em grande estilo. Perante o extraordinário moçambicano, surgiram Pluskal e Poplácir, mas nem assim pôde ser impedida a arrancada de Eusébio, que, transpondo aqueles dois antagonistas, levantou os olhos, certificou-se da colocação de guarda-redes Schroif e, ainda de fora da grande área, despediu um remate portentoso, que atingiu as malhas, rente à relva. Um golo monumental!

23 de julho de 1966, Portugal-Coreia do Norte (guarda-redes: Lee Chan-myung)

Arranque fabuloso de Eusébio pelo lado direito da defesa da Coreia do Norte, passou por dois adversários, um tenta derrubá-lo antes de entrar na grande área e Oh Yoon-Kyung teve entrada violenta, derrubando o moçambicano já dentro dela. O penálti foi executado para o lado direito do guarda-redes.

9 de outubro de 1966, Benfica-Sporting (guarda-redes: Carvalho)

Jornada 4 da Liga e com um escaldante Benfica-Sporting. E, logo ao minuto 17, Eusébio marcou um golo monumental. Tendo ido buscar a bola às imediações do círculo central do terreno, caminhou com ela até cerca de 20 metros da baliza leonina, onde, tendo-lhe surgido ao caminho Hilário e José Carlos, se entreteve passando a bola de um pé para o outro, simulando passes e arrancadas que não chegavam a realizar-se, pois o famoso dianteiro benfiquista não saía do sítio onde estava, sempre com os referidos adversários à roda dele. Até que, de súbito, o pé esquerdo de Eusébio fulminou a bola e esta partiu, como um bólide, a caminho das redes de Carvalho, que se lançou tarde, dando-nos a sensação de que foi apanhado de surpresa.

20 de março de 1967, Benfica-SC Braga (guarda-redes: Armando)

Quando Eusébio corria para a grande área dos minhotos, José Maria rasteirou-o e descalçou-lhe a bota. Livre respetivo, com Eusébio, já de bota calçada, marcando um dos mais belos golos da sua carreira, transformando o livre com um remate primoroso de força, colocação,  precisão e suavidade.

16 de maio de 1968, Juventus como adversário (guarda-redes: Anzolin)

Sacco derruba Eusébio, aos 23’, a meio do meio-campo da Juventus. O alemão Rudi Gloecker assinala a falta. Eusébio pega na bola para marcar o livre direto. A baliza estava a cerca de 25 metros do guarda-redes Anzolin e este coloca apenas dois jogadores na barreira, sobre o lado esquerdo. Eusébio recua três ou quatro metros e visa o lado oposto. Saindo dos seus pés com a velocidade de uma bala, o esférico entrou a meia-altura, rente ao poste. Não obstante Anzolin ainda lhe ter tocado, num voo manifestamente tardio, até porque tinha a visibilidade aberta, à sua frente.

12 de setembro de 1971, FC Porto-Benfica (guarda-redes: Tibi)

Primeira jornada do campeonato 1971/1972 e logo com um FC Porto-Benfica. Os encarnados ganham por 3-1 e Eusébio marca dois golos. O segundo é soberbo. Lance de génio de Eusébio, no seguimento de excelente abertura de Jaime Graça, da meia-esquerda para a extrema-esquerda. Lançado em corrida e com a bola bem à frente, Eusébio ultrapassou dois adversários, chegou à linha de cabeceira, guinou para dentro ao longo dela, evitou duas tentativas de desarme e, já a poucos metros de distância da baliza, desferiu um magnífico remate, raso e cruzado, que levou a bola a entrar entre o corpo de Rui (que esperaria um centro) e o poste mais próximo.

5 de junho de 1972, Benfica-Sporting (guarda-redes: Damas)

Faltavam 3 minutos para o final do jogo, quando Eusébio, na marcação de um livre direto a mais de 30 metros da baliza leonina, alcançou o golo da vitória. A bola, porém, antes de atingir a baliza do Sporting, tocou nos pés de um defesa sportinguista, traindo Damas, que parecia em condições de, sem esse percalço, interceptar o remate.

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