FC Porto tinha de vencer para aumentar a distância e não vacilou em Tondela - Foto: Rogério Ferreira/Kapta+
FC Porto tinha de vencer para aumentar a distância e não vacilou em Tondela - Foto: Rogério Ferreira/Kapta+

Os números que não mentem

Classificação é bem fiel ao que foi o primeiro terço de campeonato: FC Porto já não deslumbra, mas tem vantagem muito simpática. Sporting de luas e Benfica entre o razoável e o medíocre

Fresca na memória de Francesco Farioli ainda estará, certamente, a hecatombe sem precedentes que sofreu há meio ano, no Ajax, quando perdeu a Eredivisie dispondo de nove pontos de avanço a cinco jornadas do fim, mas não há volta a dar e depois da combinação de resultados da 13.ª jornada, o FC Porto está em posição privilegiadíssima para o título. Cinco pontos de avanço sobre o Sporting e oito sobre o Benfica dão margem de conforto assinalável para o dragão gerir, sobretudo pensando que, no papel, o calendário ser-lhe-á mais favorável na segunda volta, porque, além de Alvalade, já limpou várias das visitas mais complicadas na Liga, como Barcelos, Famalicão ou Moreira de Cónegos.

Cautela e caldos de galinha nunca fizeram mal a ninguém e será essa a máxima vigente no universo azul e branco, até porque já houve episódios de reviravoltas no campeonato com diferenças pontuais até maiores, mas este dragão está bem e recomenda-se.

O fulgor do arranque do novo FC Porto de Farioli já lá vai, é certo, mas essa poderá até ser a melhor notícia para os ouvidos dos adeptos. Mesmo quando quebrou, a equipa continuou a amealhar pontos atrás de pontos — só o Benfica, num clássico muito fechadinho, os tirou ao FC Porto até agora —, sinal de que Farioli conseguiu incutir aquele espírito tão necessário para se conquistarem títulos.

Mais preocupados terão de estar Sporting e Benfica. Em Alvalade, Rui Borges cortou de vez com o passado de Ruben Amorim e os jogos contra os pequenos têm sido uma formalidade, com um leão soltinho e criativo, virado para a baliza contrária, mas os jogos grandes têm sido, até ver, o seu calcanhar de Aquiles e representaram todos os pontos perdidos até agora. No dérbi na Luz, o Sporting abdicou de jogar na segunda parte e agarrou-se ao pontinho, nem sequer incomodando Trubin depois do intervalo.

Na Luz, José Mourinho insiste, desde há um mês, que a equipa está a melhorar, mas os números são implacáveis e dizem-nos que o setubalense chegou a cinco pontos da liderança, com possibilidade de reduzir para dois (jogo em atraso com o Rio Ave, que empatou) e está a oito agora. Em 2025/26, o Benfica tem mais empates (4) do que vitórias (3) a jogar em casa no campeonato e nenhuma equipa é campeã com números tão medíocres. É verdade que Mourinho não construiu este plantel, que é desequilibrado, e oito pontos de atraso não são irrecuperáveis mas a águia terá de fazer muito mais para poder sequer sonhar.