«O Diogo Ribeiro irá para aquilo que decidir e for melhor para ele»
– O Diogo Ribeiro é, atualmente, a grande bandeira da federação de Natação. É importante que se mantenha a treinar em Portugal ou preocupa-o ele poder ir para o estrangeiro?
– Para já queria dizer que na altura em que estamos a falar há três grandes atletas e não esquecendo os quatro ou cinco que estão em plena atividade. Mas acho que o Diogo Ribeiro, a Angélica André e a Camila Rebelo são os três atuais grandes embaixadores.
Focando no Diogo Ribeiro, não tenho uma opinião. Ou seja, é aquilo que ele decidir e aquilo que for melhor para ele. Temos casos de atletas que foram para o estrangeiro e de certa maneira acabaram de fazer alguma carreira nos Estados Unidos e perderam-se um pouco, deixaram de ser as grandes estrelas da natação portuguesa.
No entanto, já temos condições extraordinárias se conseguirmos aplicar bem aquilo que deve ser feito. Deve ser o encontro entre os estudos e eventualmente, não é o caso do Diogo, o mercado laboral e a prática de natação ao mais alto nível. Penso que conseguiremos prolongar as carreiras dos atletas e levá-los ao mais alto nível, porque temos treinadores de excelência, temos instalações de que já não nos devemos envergonhar - na minha altura tínhamos apenas uma piscina olímpica nos Olivais – e creio que existem condições.
Ninguém deve parar de estudar na universidade porque está a treinar, ou ninguém deve parar de treinar porque está na universidade.
Agora, é preciso congregar uma série de esforços, até a nível político, para deixar de ter este abandono precoce dos atletas, que continua enorme, e existem estudos sobre isso. Temos que conseguir motivá-los e uma das coisas é a conciliação entre o estudo. Ninguém deve parar de estudar na universidade porque está a treinar, ou ninguém deve parar de treinar porque está na universidade.
Conjugando esses esforços, e é por isso que o Diogo Ribeiro é importante, pois pode dar um exemplo dessa conciliação. Temos muito a caminhar, mas podemos almejar a que, pelo menos, os nadadores já não fujam para o estrangeiro.
Albertinho e a sua equipa fizeram um excelente trabalho, deixam bases fundamentais, mas isso não é algo que, para já, me diga respeito porque o contrato do Albertinho com a federação termina em agosto, após os Jogos Olímpicos.
– E o treinador nacional, Alberto Silva, que te ajudado o Diogo Ribeiro a chegar aos atuais resultados, é para manter?
– O Albertinho e a sua equipa fizeram um excelente trabalho, deixam bases fundamentais, mas isso não é algo que, para já, me diga respeito porque o contrato do Albertinho com a federação termina em agosto, após os Jogos Olímpicos. As eleições para a federação serão em novembro e nessa altura já a sua situação teve de ser decidida por outro qualquer.
– Mas é correto decidir alguém que não estará lá nos próximos quatro anos?
– Pode não ser. Mas a verdade é que, por um lado não se deve decidir para além de um ciclo olímpico, por outro o seu contrato termina antes. Conheci-o à relativamente pouco tempo, acho que tem ótimos métodos. Conseguiu fazer o Diogo Ribeiro, penso que poderia conseguir mais outros Diogos Ribeiros.
Agora é aguardar para ver, mas é uma conversa que se tiver de ser terei com ele e saberei quais as condições que deseja, mas volto a sublinhar que há treinadores em Portugal com muita capacidade e formação e história conseguida.
A Angélica e a Camila não são treinadas pelo Albertinho e conseguiram o que conseguiram.
A Angélica e a Camila não são treinadas pelo Albertinho e conseguiram o que conseguiram. É olhar, ver os pratos da balança e pensar aquilo que será melhor para futuro da natação portuguesa.
Aliás, mais tarde estarei disposto a ter um debate, que pode ser transmitido via online para quem quiser assistir, com os outros candidatos a presidente da federação.