Uma conversa intimista com um dos jornalistas d'A BOLA

O dia em que um jornalista de A BOLA ficou sem dinheiro e telemóvel e pediu boleia aos jogadores

Hugo Vasconcelos, jornalista de A BOLA, conta este e outros episódios da sua carreira

Hugo Vasconcelos, jornalista de A BOLA, recorda o dia em que ficou sem dinheiro e sem bateria nos telemóveis nos arredores de Moscovo e chegou a pedir boleia a dois jogadores.

«Uma das histórias mais rocambolescas que tenho nestas muitas saídas e muitos anos ao serviço de A BOLA foi em Moscovo, creio que em 2005. Portugal ia jogar com a Rússia para a qualificação para o Mundial 2006. Tinha ido uns dias antes porque havia muitos portugueses e outros que tinham jogado em Portugal e aproveitamos ir a Moscovo e tentar fazer reportagem junto do Dínamo de Moscovo.

O centro de treinos do Dínamo é nos arredores e é num descampado. Não havia táxis praticamente, o serviço era feito por particulares que andavam na rua, alguns a caminho de algum sítio onde precisavam de ir e paravam e levavam pessoas, outros faziam aquilo com carros normais, quase hoje como o uber mas sem tecnologia e sem GPS, e era assim que nos movimentávamos.

Ao chegar lá basicamente fiquei sem dinheiro porque o tempo de viagem e a distância foi o dinheiro todo que tinha. Estive a fazer o meu trabalho, fiquei sem bateria nos dois telemóveis que tinha, portanto vi-me perdido, sem dinheiro e sem telemóveis, nos arredores dos arredores de Moscovo.

A determinada altura aproveitei a saída dos dois últimos jogadores – o Frechaut que eu conhecia do Vitória de Setúbal e o Danny que jogou no Marítimo e no Sporting- e pedi-lhes boleia mas eles não iam para Moscovo. Andei ali meia hora, uma hora, até conseguir levantar dinheiro. Mas faz parte, pelo menos já tinha o trabalho feito, sabia que ia encontrar forma de lá sair.»

Hoje Jogo Eu é um programa de A BOLA com conversas intimistas com os seus jornalistas. Veja o programa completo no vídeo que abre este artigo.