Noronha Lopes: «Não tenho medo de Proença»
João Noronha Lopes deu por terminada a campanha presidencial esta sexta-feira, véspera das eleições do Benfica, com um jantar em Santo Tirso, onde estiveram presentes mais de 200 benfiquistas.
No discurso aos adeptos, o candidato a líder máximo das águias agradeceu o apoio que tem recebido ao longo da campanha, bem como da família, enalteceu o projeto que tem delineado para os próximos «10 anos», ao lado de Nuno Gomes e Vítor Paneira, deixou a certeza de que vai vencer amanhã e ainda assegurou que «não tem medo» de Pedro Proença.
Instantes antes, aos microfones da Sport TV, Noronha Lopes falou sobre Eusébio: «Eusébio não é um trunfo, é o nosso rei, somos aquilo que somos por causa de Eusébio da Silva Ferreira, está acima de qualquer eleições ou questões entre candidatos. Tive a sorte de vê-lo jogar, se for eleito uma das coisas que vou fazer é criar o dia de Eusébio, 25 de janeiro, para todos os dias vivermos o nosso rei eterno.»
Benfiquistas do Norte
«Quero agradecer a todos. Muito obrigado. É uma enorme satisfação estar aqui. Eu fui benfiquista fora de Lisboa, vivi o Benfica fora de Lisboa durante muito tempo, e sei bem como é que se sofre o Benfica à distância. E portanto, quando nós pensámos onde é que poderíamos encerrar a campanha, nada faz mais sentido do que encerrar a campanha fazendo uma homenagem a todos os benfiquistas de fora de Lisboa.»
Vítor Paneira e Nuno Gomes
«Depois quero agradecer a várias pessoas, uma delas está aqui ao meu lado, o Vítor Paneira. O Vítor, além de ser meu amigo, também ajudou nesta organização. Portanto, muito obrigado, Vítor, pelo teu apoio, que tem um grande significado para mim. Também queria fazer aqui uma menção ao meu vice-presidente para o futebol, um homem sério, um homem íntegro, para ser o vice-presidente para o futebol.»
Apelo ao voto
«Meus caros amigos, permitam-me que eu me dirija agora aos cerca de 50 mil votantes que não estavam contentes com este estado de coisas. É para eles que eu me dirijo. É para aqueles que querem uma mudança. É para aqueles que estão fartos de perder. Porque eu estou farto disto, estou farto de perder. E portanto, estou farto que o Benfica perca. Estou farto do Benfica que tem sempre desculpas. Estou farto do Benfica de falinhas mansas, que é meigo com Pedro Proença, que é fofinho com os nossos adversários, que não se defende nas alturas certas. Estou farto do Benfica que não consegue fazer uma obra, ao contrário daquilo que aconteceu no mandato anterior. Estou farto do Benfica que não está perto dos sócios. Eu, desde há 5 meses, fui às casas do Benfica, ouvi os sócios, ouvi as preocupações. Sei quais são as dificuldades que passam as casas do Benfica, sei os sacrifícios das pessoas que estão à frente das casas, pessoais e financeiros. E o clube tem de olhar mais para as casas, tem de olhar mais para os benficistas fora de Lisboa. Mas a mensagem que eu trago, para as 50 mil pessoas que querem uma mudança, é uma mensagem de esperança. Esperança, benfiquistas. Nós não temos de nos resignar. Nós não temos que ser assim. Nós não temos que ser o clube do quase. Esse não foi o Benfica com que eu cresci. Eu faço parte do Benfica que ganhava campeonatos, faço parte do Benfica, como diz o Paneira, que quando a equipa subia, tremiam antes de entrar, antes de fazerem a vénia ao terceiro anel. Esse é o meu Benfica. É o Benfica que, quando não perde, não arranja uma desculpa. É o Benfica que quando perde, vai à procura de uma vitória. E depois dessa vitória, vai à procura de outra. É esse o Benfica que nós precisamos .É o Benfica que considera os sócios, que ouve os sócios. E é um Benfica que não tem medo. O Benfica não pode ter medo.»
«Não tenho medo de Proença»
«O Benfica tem de assumir a liderança, tem de ter o papel que compete. E eu, meus amigos, eu não tenho medo de Pedro Proença. Não lhe devo nada, não lhe devo favores, nem a ninguém. Sou independente. Vou lutar pelos interesses do Benfica.»
«O Benfica existe para ganhar títulos»
«E principalmente, meus amigos, nós não nos podemos, mais uma vez, conformar com isto. Não podemos achar que ganhar um campeonato em quatro chega. Não podemos aceitar dizer que não ganhámos, mas quase ficámos em primeiro. O quase ficámos não existe no Benfica! O Benfica existe para ganhar títulos. E para isso, meus caros amigos, é preciso o Benfica pôr-se forte. É preciso ser firme. É preciso ter pessoas nos órgãos sociais. Pessoas na Direção. Que sejam pessoas unidas. Todas as pessoas que estão aqui foram escolhidas por mim. Todas sabem o que é que têm de fazer. Eu já lhes disse, eles sabem todos. Meus amigos, primeiro dia, todos com os costados lá dentro. A mesma coisa que Manuel Vilarinho me disse no primeiro dia, quando eu cheguei ao Benfica. Não há aqui efetivos nem suplentes, há muito trabalho à espera. E é isso que eu lhes disse a todos eles. Amigos, muito trabalhinho. Muito trabalhinho para defender o Benfica. Porque é o maior orgulho das nossas vidas. É estar ao serviço do nosso clube do coração.»