Lategan e armada Toyota dominam 1.ª etapa do Rally Raid Portugal
O sul-africano Henk Lategan, em Toyota, terminou a primeira etapa do Rally Raid Portugal na primeira posição, impondo-se à concorrência após um dia intenso em terras alentejanas. Os pilotos oficiais imprimiram um ritmo fortíssimo ao longo dos 302 km do setor seletivo e, no final, as diferenças foram relativamente curtas: os três primeiros dos carros estão separados por 1.52 minutos.
Foi um dia bastante disputado com Nasser Al Attiyah (Dacia Sandrider), João Ferreira (Toyota Hilux T1+ Evo), Seth Quintero (Toyota Hilux T1+ Evo) e Henk Lategan (Toyota Hilux T1+ Evo) a passarem pela liderança. Mas Lategan forçou o andamento na segunda metade do percurso e assumiu o comando.
«A etapa foi extremamente exigente. Tive um bom dia, fiz uma condução limpa e diverti-me a conduzir o carro. Estou a gostar bastante de fazer esta prova na Europa», referiu o piloto sul-africano, que ganhou, pela quarta vez, uma etapa no Mundial de Rally-Raid (W2RC).
Nasser Al Attiyah (Dacia Sandrider) partiu determinado a vencer a prova organizada pelo Automóvel Club de Portugal (ACP). O piloto do Qatar foi o segundo mais rápido na estrada, mas viria a ser penalizado em dois minutos e desceu para a quinta posição. «Classificativa difícil, não se sei se fiz, ou não, um bom trabalho. O setup do carro não era o melhor e temos de mudar para a próxima etapa. A diferença é pequena e vamos dar o máximo. Espero ter um dia melhor amanhã», afirmou o piloto da Dacia, que continua bem posicionado para conquistar o quarto título mundial.
Com a penalização do catariano, Lucas Moraes (Toyota Hilux T1+ Evo) ascendeu ao segundo posto, numa etapa «muito intensa, com diferentes tipos de curvas e muitas passagens de caixa», e tem apenas um segundo de vantagem sobre João Ferreira. O piloto português está a disputar a primeira prova do Mundial de Rally Raid com o Toyota Hilux T1+ Evo, e confirmou rapidez. Profundo conhecedor da região - esteve duas vezes na liderança nas cronometragens intermédias - viu a sua tarefa complicar-se com o pó levantado por Sébastien Loeb e com um problema de travões. No final, beneficiou da penalização de Nasser Al Attiyah para ganhar um lugar no pódio.
«Etapa muita dura, longa e difícil. Pisos mais escorregadios do que estávamos à espera e onde era fácil cometer erros. A nossa posição à partida não era a melhor, pois apanhamos o pó do Loeb e do Sainz. Não perdemos muito tempo para os primeiros e a etapa de amanhã vai ser muito importante», afirmou João Ferreira.
O dia ficou, igualmente, marcado por alguns incidentes: Seth Quintero, um dos candidatos à vitória, parou para fazer uma intervenção técnica no Toyota Hilux T1+ Evo e perdeu mais de 17 minutos, e Carlos Sainz teve um furo no Ford Raptor T1+.
Daniel Sanders domina nas motos
A primeira etapa foi bastante difícil para os pilotos das motos, devido à dureza do piso, que causou desgaste exagerado dos pneus. Daniel Sanders (KTM 450 Rally) voltou a ser o melhor, mas teve forte oposição dos pilotos da Honda. O líder do campeonato imprimiu um ritmo fortíssimo, ganhou os dois setores seletivos, e terminou a etapa com 1m11S de vantagem sobre Adrien Van Beveren (Honda CRF 450 Rally) e 1m32s para Tosha Schareina (Honda CRF 450 Rally).
«Piso muito escorregadio, foi difícil ser rápido, mas sobrevivi. Agora é pensar na etapa seguinte», disse o líder. A segunda etapa promete luta intensa entre os três primeiros.
Bruno Santos (Husqvarna FR450 Rally) é o melhor português (13º), no final do primeiro dia. «Foi bastante desafiante e diferente do ano passado, com piso muito seco e duro. Tinha pouca tração e, no final, o terreno era arenoso e o pneu traseiro estava gasto. Estou bastante satisfeito com o resultado, até porque larguei de uma posição secundária e, aos 10 km, já estava a apanhar o pó de outros pilotos», explicou.
Quinta-feira disputa-se a segunda etapa com partida de Grândola e chegada a Badajoz – o dia mais longo da prova, com 655 km, sendo 429 km cronometrados. Os dois primeiros setores seletivos são na zona de Ponte de Sor e Mação e a etapa termina já em Espanha, onde estará o bivouac, que pode ser visitado pelo público, entre as 17 e as 22 horas (hora em Lisboa).