Rafael Cotelo (Instagram)

Gesto de Cavani salvou filha de jornalista

Jogador do Boca Juniors não hesitou em ajudar repórter uruguaio, garantindo o pagamento de uma operação cirúrgica

Edinson Cavani não brilha apenas dentro das quatro linhas. Fora dos relvados surge agora uma história que está a emocionar o Uruguai e não só.

Em entrevista ao El Observador, o jornalista uruguaio Rafa Cotelo revelou que o avançado Edinson Cavani salvou a vida da sua filha Ema, depois de esta ter sido internada de urgência num hospital na Argentina, com um quadro clínico semelhante a uma hidrocefalia.

«Há menos de um ano, ela estava mal, com dores, não conseguíamos descobrir o que era e, nas duas vezes em que chegou a uma situação extrema, uma médica argentina salvou-lhe a vida», contextualizou.

O diagnóstico desarmou-o: «Disseram-me 'a doutora observou uns exames, ficou alarmada e resolveu fazer uma operação de urgência. Passe nos serviços para pagar'. Eu tinha levado dinheiro vivo apenas para uma consulta. E ela precisava de ser operada. Tinham de lhe abrir a cabeça ao meio, tirar a válvula e colocar outra.»

Era urgente encontrar solução e Rafa Cotelo encontrou-a. «Eu vinha do Uruguai, tínhamos acabado de desembarcar, onde iria arranjar esse dinheiro? Eram 12 da noite. Tinham-me dito que era uma operação de urgência, grave, mas que em quatro horas ela ficaria bem. Ocorreu-me ligar a um amigo que talvez tivesse os recursos financeiros à mão. Ele não atende. Por acaso, tinha o número da mulher dele. Ligo-lhe e acordo-a», começou por contar, revelando a resposta: «Espere, vou passar-lhe ao Edi [Edinson Cavani]».

Cinco minutos depois, ele liga-me de volta, diz que ligou o GPS e que está a uma hora de distância. «Tenho um amigo a dez minutos daí, ele leva-te o dinheiro já.» O amigo era o dono de um restaurante perto da clínica onde seria realizada a operação e que depois seria ressarcido pelo internacional uruguaio. «Ele esvaziou toda a caixa registadora e tudo o que ganhou naquela noite, ele levou tudo», contou.

Cotelo revelou que depois viu surgir um homem com uma caixa de sapatos com o dinheiro necessário: «Para mim era como um anjo, na rua, com uma caixa cheia de dinheiro que o Edi me mandou. Com esse dinheiro fui pagar [à clínica] e a operação realizou-se.»

«Ele nunca mais falou desse dinheiro», acrescentou.