Ex-mulher de Maradona em tribunal: «Encontrei-o inchado e com espuma na boca»
Veronica Ojeda, ex-mulher de Diego Maradona, e um médico questionaram, na terça-feira, em tribunal, a decisão de levar para casa o antigo futebolista argentino, que morreu em 2020 após uma cirurgia, em vez de o internar.
Em causa está o julgamento de sete profissionais médicos acusados de negligência na morte, aos 60 anos, do antigo futebolista que levou a Argentina ao título mundial em 1986, enquanto estava internado em casa, nos arredores de Buenos Aires.
«Eu sabia que estavam a sequetrá-lo, tinha medo de tudo. Aliás, todas as vezes que eu saía, ele pedia-me para eu o levar», disse Ojeda, mãe do filho mais novo de Maradona – Diego –, num depoimento marcado por momentos de emoção.
Veronica Ojeda deixou críticas ao médico pessoal de Maradona, Luciano Luque, e à sua psiquiatra, Agustina Cosachov, dois dos réus no tribunal de San Isidro: «Mentiram na cara de todos e para toda a família.»
A ex-mulher de Maradona referiu que viu o antigo internacional argentino dois antes da morte.
«Onde o Diego estava cheirava a urina e fezes, naquele dia eu disse que ele precisava de tomar banho e de se barbear porque não era correto estar daquela forma», contou, recordando como soube da morte do ex-marido.
«Foi pelo rádio. Estava no carro com o Dieguito, um jornalista avisou-me para ir à residência de Tigre [onde se encontrava Maradona com a equipa médica]. Quando cheguei, encontrei-o inchado e com espuma na boca. Saí e desmaiei», disse.
Segundo a acusação, os sete profissionais acusados no caso de negligência não prestaram os cuidados adequados a Maradona, o que poderá ter levado à sua morte. Os profissionais em julgamento, que neguem qualquer responsabilidade pela morte de Maradona, podem enfrentar uma pena de oito a 25 anos de prisão. O julgamento deverá durar até julho.