Jesé Rodríguez e Cristiano Ronaldo - Foto: IMAGO

Ex-jogador do Sporting relembra Ronaldo: «Chamava-me Bichito»

Em entrevista ao 'As', Jesé Rodríguez fala sobre os tempos que passou no Real Madrid e a lesão no joelho que, diz, marcou a carreira

Jesé Rodríguez, que teve uma passagem fogaz por empréstimo pelo Sporting, em 2019/20, lembrou os tempos em que jogou no Real Madrid. Formado em Valdebebas, o extremo espanhol representou a equipa principal madrilena e, durante algum tempo, foi até conhecido por «O Bichito», ao mesmo tempo que Ronaldo era, em Espanha, tratado como «O Bicho». Em entrevista ao jornal As, Jesé relembrou esse período, bem como toda a carreira.

Jesé Rodríguez, ao serviço do Sporting (IMAGO)

«Há uns tempos perdi contacto com o Cristiano, mas tenho a certeza de que se o vir ou se lhe escrever, vamos conversar. É com Sergio Ramos que ainda me dou mais», começou por dizer o antigo jogador de Sporting, Real Madrid, PSG ou Betis. «É verdade, chamavam Bicho ao Cristiano e eu era o Bichito. Ele gostava e eu também. Chamava-me assim todos os dias! Nessa altura estava a competir pela posição com o Bale. Um dia jogava ele, outro jogava eu... até que me lesionei...», continuou o espanhol.

Jesé Rodríguez, com Ronaldo, Di María e Fábio Coentrão (IMAGO)

Foi em março de 2014 que Jesé Rodríguez sofreu uma rotura do ligamento cruzado anterior, que o deixou fora durante mais de meio ano. «Quando regressas de uma lesão tão grande, tens de ter alguém que te dê confiança. Que pense: 'vou pô-lo a jogar, ou sim ou sim.' Porque eu estava pronto, mas precisava de jogar para perder os medos e recuperar a confiança. Quando me lesionei estava Ancelotti, quando regressei estava Zidane», confessou.

Um dos jogadores com que partilhou balneário foi Xabi Alonso, atual técnico do Real Madrid, que já percebia na altura que daria grande treinador. «Joguei muitos anos com ele, porque ia treinar à equipa principal. Nos jogos, estava sempre a corrigir, sério, com respeito. 'Fecha ali!', gritava, e eu fazia isso, fechava. Notava-se que ia ser um grande treinador», analisou o espanhol, que deixou um conselho aos adeptos e ao compatriota: «Há que dar-lhe tempo. Não é fácil. Vem com um sistema e com métodos diferentes. Além disso, tem de se impor aos pesos pesados do plantel. Têm de acreditar nele e dar-lhe tempo», adicionou.

Jesé recordou também como era a vida aos 22 anos, quando era presença assídua no Real Madrid. «Fechava-me muito em casa, não saía porque não sabia como as pessoas iam dar-se comigo. Sendo jovem, não sabia como agir. Quando saía à rua era um boom. Ia a um restaurante, ao cinema... e tinha de pôr um capuz para não me reconhecerem. Mas sempre foram muito carinhosos comigo. A minha mulher ajudou-me muito, era de me fechar e ela ajudava-me a sair», explicou.

Agora sem clube, Jesé Rodríguez diz estar feliz. «Desde que a família esteja bem, chega. Sou mais feliz por eles do que por mim. Estou em casa, estava com saudades, há muito tempo que não vinha a Las Palmas. Quero aproveitar. Continuo em casa, a manter a forma. Não tenho clube mas quero estar pronto para quando o telefone tocar», disse o espanhol, que não deixa de pensar naquilo que poderia ter sido se não fosse a tal lesão no joelho: «Vêm-me coisas à cabeça, não vou mentir. Sem esta lesão... É normal pensar nisso. Mas quero acabar a carreira a conseguir algo bonito. Terminar o futebol de outra maneira. E creio que o futebol tem algo guardado para mim. A lesão marcou a minha trajetória, mudou tudo. Ao mesmo tempo também me fez ver as coisas de outra maneira.»

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