Minutos antes da partida equipas foram desclassificadas. Foto Tour de Romandie

Está instalado o caos e a polémica no Tour feminino da Romandia

Cinco das principais equipas do pelotão feminino foram desclassificadas da prova por se recusarem a usar um sistema de geolocalização durante a corrida. Tadej Pogacar está na Suíça para apoiar a namorada que foi segunda classificada

Na primeira grande corrida depois do Tour de France, o ciclismo profissional feminino está a viver uma enorme polémica que hoje levou à desclassificação de seis equipas na edição deste ano do Tour da Romandia.

Tudo porque a UCI decidiu obrigar uma corredora de cada equipa a utilizar um GPS cujo objetivo é melhorar a segurança e a localização imediata de ciclistas em caso de acidente. A iniciativa surge na sequência da trágica morte da jovem suíça Muriel Furrer, de 18 anos, que, em 2024, sofreu uma queda durante a prova júnior do Mundial em Zurique e esteve mais de uma hora sem ser localizada após se desviar para uma área florestal.

Poucos minutos antes do início da primeira etapa do Tour de Romandie, uma corrida de três dias, cinco equipas foram desclassificadas e as ciclistas não iniciaram o contrarrelógio individual. As cinco equipes estão entre as melhores do pelotão: Canyon//Sram zondacrypto (liderada por Kasia Niewiadoma, 3.ª no Tour, EF Education – Oatly, Lidl –Trek, Team Picnic PostNL e Team Visma Lease a Bike, a equipa de Pauline Ferrand-Prevôt, vencedora do Tour que não tinha a prova no seu planeamento.

Aparentemente as equipas recusaram-se a cumprir com a instalação obrigatória, alegando preocupações sobre a responsabilidade em caso de incidentes e defendendo os investimentos já realizados no sistema Velon, de funcionamento muito semelhante ao proposto pela UCI.

As equipas terão tentado chegar a um acordo com a entidade responsável pelo ciclismo mundial, propondo que o novo dispositivo fosse utilizado em todas as ciclistas e não apenas em uma representante de cada equipa, e que a instalação fosse feita pelo pessoal da UCI em vez dos mecânicos das próprias equipas. 

Sem acordo, o desfecho foi a desclassificação das equipas.

A UCI explica em comunicado que todas as informações foram fornecidas às equipas antecipadamente sobre este teste, que será aplicado no Mundial, e que deviam indicar qual a corredora que usaria o aparelho. «Este teste envolve equipar uma ciclista por equipa com um dispositivo de rastreamento GPS, que pesa 63 gramas, durante as três etapas (de 15 a 17 de agosto) da prova por etapas do UCI Women's WorldTour na Suíça», explica a UCI. «A mesma tecnologia será usada durante o Campeonato Mundial de Ciclismo de Estrada da UCI de 2025 em Kigali, Ruanda, onde todos serão equipados com este dispositivo.»

Apenas 63 ciclistas cumpriram aa primeira etapa, vencida pela espanhola Paula Blasi, da equipa UAE, à frente de Urska Zigart, namorada de Tadej Pogacar que corre pela AG Insurance-Soudal, e que contou com o esloveno no local para lhe dar apoio.

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