Emerson Royal festeja com Sérgio Conceição a vitória do Milan frente ao Inter, na final na Supertaça de Itália de 2025
Emerson Royal festeja com Sérgio Conceição a vitória do Milan frente ao Inter, na final na Supertaça de Itália de 2025 - Foto: IMAGO

«Em Itália falava-se mais de mim do que de Cristiano Ronaldo, mas de forma negativa»

Agora no Flamengo, Emerson Royal recordou o período em que esteve ao serviço do Milan, com muitas críticas à mistura e sob a orientação de dois portugueses: primeiro Paulo Fonseca e depois Sérgio Conceição

Depois de experiências na Europa ao serviço de Betis, Barcelona, Tottenham e Milan, Emerson Royal regressou em 2025 ao Flamengo, onde leva um golo e uma assistência em 18 jogos.

Em entrevista à Gazetta dello Sport, o lateral-direito assumiu que tem saudades de Espanha e Inglaterra, mas não de Itália, onde o período ao serviço dos rossoneri não correu de forma perfeita.

«Cheguei a Itália com uma sensação estranha desde o início. Desde o primeiro momento, sempre que eu dizia ou fazia alguma coisa, falava-se mais de mim do que do Cristiano Ronaldo… mas de forma negativa. Sentia que tinha de fazer sempre o dobro para ser aceite, e mesmo assim não o era», afirmou.

«Sou uma pessoa que não se deixa abalar facilmente, porque conheço o meu valor. Mas não é agradável chegar e sentir aquela onda de ódio sem sequer ter entrado em campo ou jogado um único minuto. Tenho família e amigos, e são eles que mais sofrem. Não foi, de todo, uma situação agradável. Ninguém quer ouvir certas coisas enquanto tenta fazer o seu trabalho da melhor forma possível», prosseguiu.

Dentro do clube, no entanto, o jogador brasileiro de 26 anos garante que sempre sentiu apoio, ele que foi treinado por dois portugueses em Milão: Paulo Fonseca e Sérgio Conceição.

«Sim, sempre senti a confiança do clube e dos meus colegas, e, de facto, conquistei um lugar a titular no Milan. O problema era outro: em Itália, a imprensa tem um peso enorme, algo que desconhecia por completo. O que se diz cá fora tem muita força e influencia as opiniões à partida.»

«Não notei qualquer diferença do Paulo Fonseca para o Sérgio Conceição. Com o Fonseca jogava, com o Conceição também. A lesão parou-me e, quando voltei, faltavam dois jogos para o fim. Falava muito com o Sérgio: ele dizia-me que eu seria importante e titular no seu Milan. E, enquanto estive disponível, foi assim», prosseguiu, antes de explicar o porquê da saída do Milan, no verão de 2025.

«A decisão partiu de mim, foi um pedido meu. Falei com a minha família, com o meu agente, e a ideia de sair já se tinha tornado uma prioridade. Não conseguiria continuar com aquela sensação», explicou.

«Não, sinceramente não tenho saudades de Itália. É um país lindíssimo, o Milan é um clube de topo, mas nunca terei essa nostalgia, porque não há motivo para sentir saudades. Sinto falta de Espanha, onde fui muito feliz no Betis. E também de Inglaterra. De Itália, não», atirou, ele que revelou ainda que mantém contacto com Rafael Leão, com quem partilhou o balneário precisamente na equipa italiana.