Distração fatal deu igual final num filme... diferente: a crónica do Serpa-Gil Vicente
Antes do início do jogo, o treinador do Serpa, Mauro Santos, garantia que «a ambição não tem divisão». Palavras que bem podiam ter sido levadas pelo vento, porque nestas ocasiões não falta quem prometa o que não pode cumprir, mas, neste caso, não. Muito pelo contrário.
O Serpa começou a demonstrar bem cedo que as palavras do seu treinador cá para fora não foram diferentes das que foram ouvidas no balneário.
E o melhor elogio que se pode fazer à equipa alentejana que milita no Campeonato de Portugal é que, mesmo tendo ficado em desvantagem a meio da primeira parte, ficando a dormir num canto cobrado por Murilo da esquerda que deixou completamente esquecido ao segundo poste o japonês Fujimoto - que com tempo e espaço para tudo se deu ao luxo de rematar de primeira, com o pé esquerdo, fazendo o único e decisivo golo da partida -, quem estivesse a seguir o jogo no estádio ou pela televisão dificilmente diria estar perante duelo entre equipas separadas por vários escalões.
E isto muito mais por mérito do próprio Serpa do que por demérito da equipa de Vítor Campelos! Com duelo com o Sporting para a Liga à porta, o treinador dos galos mudou quase meia equipa após o empate (1-1) com o Rio Ave. Entrou melhor no jogo, chegou ao golo com alguma naturalidade até, mas, depois, à medida que o tempo foi passando, não deu mostras nem de conseguir controlar as iniciativas do Serpa, nem de fazer por merecer novo golo, que lhe desse outra segurança.
E esse foi o retrato da segunda parte, com o Serpa a procurar muito o empate, que, diga-se, bem fez por merecer, e quase surgiu ao minuto 70. Mas no futebol, já se sabe, marca quem ganha.
Depois de se terem encontrado na 3.ª eliminatória, na época passada, também em Serpa, com o Gil Vicente a passar com claro 3-0, desta vez o filme foi bem diferente. O final foi o mesmo, é certo, mas só justificado por distração fatal.
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