Zeljiko Sopic treinava Ivanovic há um ano no Rijeka
Zeljiko Sopic treinava Ivanovic há um ano no Rijeka. Foto: IMAGO

«Claro que não imaginaria que Ivanovic estivesse já no Benfica»

Zeljko Sopic treinava o avançado no Rijeka há um ano. «Mostrou potencial, mas o Benfica é dos maiores clubes europeus e pagou muito dinheiro», diz a A BOLA

Franjo Ivanovic, há menos de um ano, ainda jogava no Rijeka, da Croácia, no qual era treinado por Zeljko Sopic, agora no Widzew Lodz, da Polónia. Faltaria pouco tempo para o jovem se transferir por cerca de €4 milhões para o St. Gilloise. Foi, agora, contratado pelo Benfica por €22,8 milhões e deixou Sopic tão admirado quanto contente.

«Não, não. Não estaria a dizer a verdade se dissesse que esperaria que pudesse chegar ao Benfica e por esse dinheiro todo», partilha, com sinceridade, o treinador croata de 51 anos, em conversa com A BOLA, para prosseguir: «Mostrou potencial, sim. Mas, como todos os jovens, pensei que precisasse de tempo e mais experiência.»

Ivanovic, no Rijeka, nem marcou assim tantos golos — oito em 39 jogos na época 2023/2024 e quatro em dez jogos da temporada seguinte, antes de mudar-se para o St. Gilloise, no qual somou 20 em 46. «Sempre se treinou ao mais alto nível. Mas nem sempre se destacou. Um avançado destaca-se quando marca, vive dos golos. Tinha bons movimentos, lutava muito... se vissem a energia que dava à equipa. Mas não marcou tantos golos quanto merecia. Mostrou potencial, insisto, mas claro que não poderia imaginar que dentro de um ano estaria no Benfica, um dos maiores clubes europeus», argumenta o técnico.

Sopic viu sempre Ivanovic com energia positiva, boa atitude e disciplina. Recorda que chegou a dar dias de folgas ao avançado, para fazer o luto pela morte de uma avó de quem gostava muito. E voltou com igual vontade. «É muito bom rapaz», sublinha.

Bola de fogo

«Chuta com os dois pés, não é nada mau cabeceador, tem um bom timing de salto, é muito rápido, uma bola de fogo difícil de travar depois de arrancar. Joga em várias posições no ataque, sozinho na frente ou com um avançado ao lado, nos sub-21 da Croácia até foi utilizado como extremo. Procura muito as costas dos defesas. Foi assim que marcou ao Nice. Vi o jogo! E, depois, faz um pressing muito forte aos defesas», analisa Sopic.

O técnico qualifica como «incrível a progressão» de Ivanovic na Bélgica. «É uma Liga melhor que a croata e não é fácil marcar golos», sentencia.

«Não há muitos assim»

O treinador recorda que falou há pouco tempo, nas férias, com Ivanovic para «pedir informações» de um jogador no qual estava interessado. «Na altura disse-me que poderia sair se surgisse uma boa oferta. Mas nem se falava do Benfica», revela, para contar que estiverem em contacto depois da assinatura de contrato com o Benfica: «Mandei-lhe mensagem e respondeu-me imediatamente: 'Obrigado, boss' [risos]. Disse-lhe que já não era o treinador dele. É mesmo um bom rapaz, já não há muitos assim.»

Depois do que se passou num ano, Sopic acredita que Ivanovic pode triunfar na Luz: «Diria que sim. Não é fácil chegar e marcar logo na Liga dos Campeões. Acredito que está preparado. Na Croácia estão surpreendidos e felizes, o Benfica é um grande passo. E em Rijeka estão todos orgulhosos pelo que fez e pela progressão que teve. O que posso dizer a Franjo? Que seja igual a si próprio. Isso chega.»

Vai receber a visita dos pais
Franjo Ivanovic chegou a Lisboa a 29 de julho, à noite, foi apresentado a 31, dia em que também viajou para o Algarve para assistir à vitória do Benfica sobre o Sporting na Supertaça. Treinou-se pela primeira vez, ainda sozinho, a 1 de agosto, no Seixal, quando os companheiros de equipa gozaram folga. Foi, depois, integrado no plantel e quatro treinos depois surgiu como titular em Nice. Não teve, por isso, muito tempo para descansar nem gozar a cidade. A conhecer os cantos à casa vai receber, em breve, a visita dos pais, que assistirão no Estádio da Luz, terça-feira, à segunda mão da terceira pré-eliminatória de acesso à fase de Liga da Champions. O croata assinou até 2030 e vai, agora, procurar casa, no intervalo de um início de época com poucos momentos de descanso.

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