Vasco Botelho da Costa, treinador do Moreirense
Vasco Botelho da Costa, treinador do Moreirense - Foto: IMAGO

Botelho da Costa e a derrota com o Benfica: «A parte do comentário não me diz nada...»

Treinador do Moreirense vira a página da goleada sofrida em casa, diante das águias, e olha para o Estrela da Amadora, que vai «obrigar a dar muito»

A goleada sofrida na receção ao Benfica (0-4), no último domingo, já está no passado. Esta é a visão de Vasco Botelho da Costa, treinador do Moreirense, que, depois de uma semana em que muitos dedos foram apontados aos erros cometidos pelos cónegos, garantiu não perder «um minuto» com o que é dito por comentadores.

«Sou muito honesto, não dedico um minuto do meu tempo a isso. Notícias, sim, aquilo que diz respeito até aos nossos adversários, porque vocês [jornalistas] muitas vezes têm informações importantes sobre quem joga, quem está lesionado... A parte do comentário não me diz nada, nem a procuro. É algo que também tem a ver com o nosso crescimento enquanto treinadores, algo que defini que queria que fosse assim na minha vida. Ainda que respeite muito, porque muitas dessas pessoas estão ligadas ao futebol há muitos anos, veem muitos jogos e têm opiniões válidas, mas uma equipa de futebol vive do seu dia a dia», assinalou o técnico.

«Do dia-a-dia sabemos nós que estamos cá em todos os momentos e muitas coisas acontecem fruto do que nós fazemos diariamente. Portanto, colocam-me numa posição em que o maior crítico àquilo que nós fazemos vou sempre ser eu. Quando um jogo acaba, independentemente do resultado, temos que cada vez mais olhar para dentro, para aquilo que podíamos ter feito melhor. A tendência é olhar para fora, para qualquer coisa que tenha facilitado o resultado, as chamadas desculpas. Mas as ilações deste jogo, como de todos os outros, foram tiradas por mim. Depois de ter feito a análise do jogo, tornei-me melhor treinador, como espero tornar-me no domingo, depois do jogo do Estrela. Eu gosto de perceber que os erros são muito importantes para o nosso crescimento. E a verdade é que aquilo que se fala em relação à questão dos golos sofridos são situações que já aconteceram noutros jogos, mas algumas não deram golo. Para mim, vão ter exatamente a mesma dose de importância. É que se esse erro acontecer muitas vezes, estou sempre mais perto de sofrer. Naquele dia não sofri, no jogo do Benfica sofri», prosseguiu Botelho da Costa, perspetivando um duelo difícil na visita à Reboleira.

«Ainda que, contra o Benfica, tenha sido uma derrota pesada e dura, não foi uma semana diferente. No primeiro dia, olhámos para as situações de jogo, não só as positivas, mas também as negativas. A partir do segundo dia, o foco virou para o Estrela que vai obrigar-nos a dar muito de nós para disputarmos os três pontos», antecipou. «Desde que o João Nuno entrou, o Estrela melhorou significativamente. É uma equipa que também procura adaptar-se muito às características do adversário, de jogar em diferentes sistemas. Também gosta de pressionar, mas com cautelas. No seu estádio são muito fortes. O ambiente da Amadora é muito próprio e eu conheço-o bem. Vai ser um adversário muito, muito difícil para nós», referiu Vasco Botelho da Costa, ainda com pouco para dizer em relação ao mercado de janeiro: «Ainda não chegou o momento em que essa parte chegou ao treinador. As pessoas estão a trabalhar, têm as suas ideias e, quando chegar o momento, vamos sentar-nos para tirar ilações. Como em todos os mercados, queremos sair mais fortes».

Em relação à lesão grave sofrida por Vasco Sousa (fratura do perónio da perna direita), o homem do leme do Moreirense manifestou «tristeza», mas pediu foco e otimismo na recuperação do médio. «Não há previsão do tempo de paragem, tendo em conta que é uma segunda lesão. É uma situação que nos deixa tristes, porque é um miúdo incrível. Não há uma pessoa na nossa família que não o adore. Já quando aqui chegou tinha uma história de resiliência, de superação e de crença nas capacidades que tem. Não tenho a mínima dúvida de que vai prolongar a sua história, porque é um menino com muita vontade, a quem a vida pregou mais uma partida. Estamos muito solidários. O foco agora é a recuperação, devagarinho para dar os passos rumo ao regresso, que eu tenho a certeza que vai acontecer», rematou.