Bons e maus exemplos
O Vitória aborda a 2ª jornada já sem Moreno ao leme do clube. A sua decisão foi reveladora de uma maturidade incomum e de um vitorianismo à prova de bala, em atos e não apenas em palavras. Demonstrou retidão, assumindo a responsabilidade pelo falhanço que foi a eliminação da Liga Conferência. Fez a sua leitura do momento atual, que me parece correta, e não quis ser um obstáculo ao seu clube do coração; uma atitude de um amor ao clube e de um desprendimento a todos os títulos assinalável e que espero saiba ser devidamente valorada. O Vitória tem a agradecer-lhe a honradez e o sentido vitoriano, bem como, em concreto, ter-se disponibilizado para pegar na equipa numa situação muito difícil e ter ainda assim conseguido o apuramento para as competições europeias against all odds. O futebol é feito de presente e Moreno soube, como disse, com uma maturidade incomum, interpretá-lo devidamente. O Vitória instituição e o Vitória comunidade não podem esquecer esta sua postura e esta sua atitude.
O futebol português é claramente um fator de afirmação nacional. Uma área em que nos destacámos, na qual temos (sempre tivemos) dos melhores executantes do Mundo – Portugal é, com Itália, o 3º país do Mundo com mais vencedores do “Fifa The Best” e o 2º com mais vencedores da Bola de Ouro ex-aequo com Brasil, Itália e Inglaterra – área na qual temos dos melhores treinadores do Mundo e na qual temos uma seleção nacional que há vinte anos ombreia com as melhores do Mundo. Se pretendemos aspirar ao topo do futebol Mundial, temos de deixar de ser complacentes com comportamentos próprios de países subdesenvolvidos. O futebol movimenta massas, é exemplo para os jovens, é dos fenómenos mais mediatizados da sociedade atual. Exige-se dos seus intérpretes que demonstrem saber estar à altura do que deles exige a sua responsabilidade social. Exige-se das suas estruturas dirigentes a firmeza conforme com os objetivos a que, legitimamente, Portugal aspira no futebol mundial.