«Assassinatos semanais de jogadores»: futebol palestiniano pede ação da FIFA
Suleiman al-Obeid, conhecido como Pelé da Palestina, foi assassinado por forças israelitas quando procurava ajuda humanitária na Faixa de Gaza. Segundo a UNICEF, morrem 28 crianças todos os dias naquele pequena área do globo devido à ofensiva de Israel. E os números são arrasadores: já são mais de 60 mil pessoas assassinadas.
Entre os milhares de mortos há nomes relacionados com o desporto, como é o caso de Suleiman al-Obeid, considerado o melhor futebolista da história da seleção da Palestina. Morreu após ser alvejado pelo exército israelita. Tinha 41 anos e tentava recuperar alimentos quando foi morto. Tinha pendurado as chuteiras em 2023.
Xavier Abu, além de politólogo e assessor da equipa de negociações da Palestina desde 2008, foi convidado pela Associação de Futebol da Palestina para narrar os jogos de qualificação para o Mundial 2026 em espanhol no seu canal de YouTube.
«Gaza era o coração do futebol palestino. Imagina o que é lidar com futebolistas que têm as famílias em tendas, em lugares que estão a ser bombardeados. Vais para o relvado e não sabes o que vai acontecer com a tua família», referiu Xavi Abu, em declarações ao El Larguero.
Desde 2023, há cerca de 350 mortos relacionados com o mundo do futebol. A seleção da Palestina conta com futebolistas palestinianos, de Jerusalém, Gaza, Cisjordânia e Líbano.
«É uma seleção que representa muito bem o povo palestiniano em todos os sentidos. Foi bastante dramático motivo pelo que não nos qualificámos para o Mundial. Estivemos a dois jogos de chegar. A população é muito mais futebolística que na Jordânia. Recordemos que grande parte da luta imposta por Israel foi negar a existência do povo palestiniano. Não só estamos muito enraizados, como também somos capazes de representar a Palestina como um estado mais, completamente reconhecidos pela FIFA. O que fazemos com o futebol é uma parte da luta pela liberdade nacional», acrescentou.
«No caso da Rússia com a Ucrânia, demoraram quatro duas a impor sanções à Rússia. No caso da Palestina, não são capazes de emitir um comunicado com os assassinatos semanais de futebolistas palestinianos», completou.