Amargo de boca não belisca suprema qualidade lusitana (crónica)
O único amargo de boca deve-se apenas ao facto de os três pontos não terem feito a viagem para território nacional. Porque Portugal foi (muito) superior à Chéquia, criou inúmeras oportunidades de golo e pecou somente na finalização. O golo não apareceu, é verdade, mas não há nenhuma equipa (ou seleção) que ganhe sempre. E aos sub-21 lusos calhou, desta vez, não ganharem. Mas mereciam. Muito.
É certo que os comandados de Luís Freire não realizaram uma exibição de gala, mas fizeram mais do que suficiente para somarem a quinta vitória em outros tantos jogos. A bola não entrou, só isso.
Mateus Fernandes puxou dos galões de capitão e deu o mote, logo aos 3 minutos. E em dois lances consecutivos. O camisola 8 viu, em primeira instância, um remate de longe desviado para canto, e de seguida, na sequência da bola parada e de uma devolução da defensiva contrária, atirou forte, mas sem a melhor direção.
Mas se Mateus Fernandes foi o primeiro a deitar os olhos à baliza adversária, Youssef Chermiti não ficou atrás. Não era, porém, a tarde do ponta de lança luso. Já depois de um cabeceamento (belo movimento de antecipação a Jan Koutný) que saiu a rasar a barra, após canto de Rodrigo Mora (21'), o camisola 9 da equipa das Quinas voltou a ser colocado na cara do golo pelo criativo do FC Porto, mas o remate cruzado saiu a rasar o poste direito (23').
Já perto do intervalo, o tiro de Chermiti, agora de pé esquerdo e depois de um passe açucarado de Tiago Parente, foi negado com mestria pelo guarda-redes contrário (43'). Pelo meio, acrescente-se, Rodrigo Mora também tentou a sua sorte, mas a mira do médio-ofensivo também não estava devidamente calibrada.
Estava tudo em aberto para a etapa complementar e percebia-se que as dinâmicas lusas e a qualidade individual iriam, mais cedo ou mais tarde, dar resultado. Mesmo com o adversário a transportar o jogo para um lado mais físico, Portugal nunca deixou de jogar de pé para pé e de tentar explorar os corredores laterais para encontrar momentos de superioridade.
Quenda (49'), Roger Fernandes (62') e Afonso Moreira (72' e 83) voltaram a deixar a equipa nacional às portas da vantagem (e da mais que provável vitória), mas a bola teimou em não entrar. Do outro lado, nota para uma grande defesa de João Carvalho, já na compensação, a evitar o golo de Pech.
Desta vez (apenas) deu empate, mas ver esta seleção é sempre um regalo. E vamos estar no Europeu!
As notas dos jogadores de Portugal:
João Carvalho (6), Martim Fernandes (6), Tiago Gabriel (6), Gonçalo Oliveira (6), Tiago Parente (6), Mateus Fernandes (6), Mathias de Amorim (7), Geovany Quenda (6), Rodrigo Mora (6), Roger Fernandes (6), Youssef Chermiti (5), João Rego (6), Gustavo Varela (5), Diogo Travassos (5), Afonso Moreira (5) e Francisco Chissumba (-).
Luís Freire (selecionador de Portugal)
Já sabíamos que seria uma partida complicada, diante de uma equipa muito física. Na primeira parte tivemos três ou quatro oportunidades claras de golo, mas não finalizámos. Fomos assentando o jogo, mas sempre com algumas dificuldades em virtude do estilo de jogo da Chéquia, que defendia em linha de cinco e ainda tinha três trincos. Na segunda parte fomos altamente dominadores, voltámos a ter várias situações de finalização e só faltou mesmo o golo. Estou satisfeito com este percurso, a equipa tem sido superior aos adversários e continuamos na liderança do grupo, sem derrotas e sem golos sofridos, o que também demonstra a nossa coesão.
João Rego (jogador de Portugal)
Acaba por ser um resultado frustrante. Fizemos o que tínhamos de fazer e faltou apenas o golo. Estreia nos sub-21? Era algo que eu já ambicionava há algum tempo, tenho trabalhado para isto e acho que aproveitei bem a oportunidade, ajudando a equipa. Temos um grupo muito unido e o futuro será risonho.
Notícia atualizada às 20h15