Afinal, há em Portugal um banco bom
Poucas equipas do Mundo poderão gabar-se de tamanho luxo de ter no seu banco de suplentes um dos melhores médios da atualidade, dois dos extremos mais excitantes do planeta, um avançado do campeão inglês, um jogador com um talento incrível, um trinco do campeão alemão, um ponta de lança do campeão europeu e um dos jovens mais talentosos do momento. Pois, Portugal pode.
E, mesmo deixando tantas estrelas fora do onze inicial, até consegue surpreender meio mundo, com essa raridade de derrotar a Alemanha e ainda mais em território germânico, como aconteceu esta quarta-feira em Munique, onde, quase 40 anos depois da única vitória em solo alemão, a Seleção Nacional bateu a Mannschaft por 2-1, apurando-se para a final da Liga das Nações, a sua quarta final da história.
Voltando ao primeiro parágrafo, os craques a que nos referíamos – e seguindo a ordem das menções (e elogios) ali deixadas – são Vitinha (que surpresa enorme foi não vê-lo entre os titulares), Rafael Leão e Francisco Conceição (que entrou para se tornar no grande herói da meia-final), Diogo Jota, João Félix, João Palhinha, Gonçalo Ramos e Rodrigo Mora.
Mas há mais: Nélson Semedo, fundamental na ponta final do duelo com a Alemanha, também começou no banco, tal como Rui Silva, guarda-redes do bicampeão nacional Sporting, ou Pedro Gonçalves, ou ainda Diogo Dalot, António Silva ou Renato Veiga… Que bela equipa se formava com estes suplentes, não?
Contas feitas, não poderia haver melhor sinal para Roberto Martínez e para a Seleção Nacional, no que respeita à imensa qualidade e talento da atual geração, à luz dos valores que ficam entre os suplentes. Junte-se a eles titulares, como Cristiano Ronaldo (que exibição aos… 40 anos!), João Neves, Rúben Dias ou Nuno Mendes; ou ainda Bernardo Silva, Bruno Fernandes e Pedro Neto (enorme na primeira parte em Munique) e bem podemos dizer que não haverá hoje adversário no Mundo para o qual Portugal não esteja preparado para jogar olhos nos olhos.
Para já, há uma final para disputar (e para ganhar). Mas há muito mais: há sinais claros de que o trabalho dos últimos meses começa a dar efeitos e Portugal tem hoje uma Seleção de alta intensidade, dinâmica, tática e tecnicamente fortíssima e a crescer rumo à competição das competições: o Campeonato do Mundo do próximo ano.